61º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2023

Dados do Trabalho


TÍTULO

A PERSISTÊNCIA DA SÍFILIS GESTACIONAL NA REGIÃO NORTE DO BRASIL

OBJETIVO

Detalhar a epidemiologia da sífilis gestacional na Região Norte do Brasil.

MÉTODOS

Trata-se de estudo observacional, descritivo, retrospectivo e de análise quantitativa. Os dados obtiveram-se por meio do Sistema de Agravos de Notificação (SINAN), no período de 2017-2021. Após a coleta de dados referentes às notificações de sífilis gestacional, selecionaram-se as variáveis: Região/UF de notificação; faixa etária; ano de diagnóstico; nível de escolaridade; etnia/raça e classificação clínica. Os dados coletados foram tabulados e analisados.

RESULTADOS

Entre 2017-2021, foram notificados 26.088 casos de sífilis gestacional na Região Norte, correspondendo a 9,7% dos nacionais. Deste montante, é notório que o Pará abrange 36,6% dos casos da Região, com 9.554 diagnósticos. Este é seguido por: Amazonas, que contém 7.508 (28,77%); Tocantins com 2.490 (9,54%); Acre com 2.414 (9,25%); Rondônia com 1.705 (6,53%); Amapá com 1.377 (5,27%) e Roraima com 1.040 (3,98%). No que concerne às variações anuais, observou-se um pico no ano de 2019, com 6.120 casos. Após esse período, Amazonas, Pará e Amapá apresentaram redução em 2020, já em 2021 todos os estados do Norte diminuíram as notificações. Constatou-se que, em relação à faixa etária, os estados convergem na prevalência dos 20-39 anos. Também foi perceptível tal confluência em relação a etnia/raça, pois 80% dos diagnósticos foram feitos em autodeclaradas pardas. Nos Estados do Amazonas, Pará e Amapá, a escolaridade predominante foi de gestantes com a 5ª até a 8ª série do ensino fundamental incompleta. Já em Rondônia, Acre, Roraima e Tocantins, prevaleceu o ensino médio completo. Por fim, no momento do diagnóstico, o estágio da sífilis que se destacou foi a gestacional primária, exceto no Acre, com predominância da infecção latente.

CONCLUSÃO

A sífilis gestacional é associada a populações de maior vulnerabilidade socioeconômica, nas quais o acesso à saúde é dificultado. Assim, as características encontradas na Região Norte: maior prevalência de baixa escolaridade e pardas, condizem com os resultados nacionais. Por fim, em relação ao pico observado em 2019, destaca-se que as quedas nos anos seguintes de pandemia de COVID-19 podem estar
relacionadas a subnotificação e testagem inadequada, para além de melhoras em cenários epidêmicos.

PALAVRAS-CHAVE

SÍFILIS; GESTAÇÃO; EPIDEMIOLOGIA DESCRITIVA;

Área

OBSTETRÍCIA - Doenças infecciosas na gestação

Autores

Juliana Santana Ramos, Leonardo Sinatura Arvelos , Aljerry Dias do Rêgo, Amanda Alves Fecury