61º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2023

Dados do Trabalho


TÍTULO

Conhecimento de Mulheres com Insuficiência Ovariana Prematura (IOP) acerca desta condição.

OBJETIVO

Avaliar o conhecimento de mulheres que recebem o diagnóstico de IOP quanto à condição que as afeta.

MÉTODOS

Estudo de corte transversal. Foram aplicados questionários para mulheres com IOP atendidas em um serviço terciário. Variáveis categóricas são descritas como frequência. Variáveis categóricas foram comparadas por testes Qui-Quadrado ou exato de Fisher e numéricas através de Mann-Whitney ou Kruskal-Wallis.

RESULTADOS

Foram analisados questionários de 100 mulheres com diagnóstico de IOP há 13.4±8.9 anos e média de idade de 39.4±8.4 anos. Para receber diagnóstico final, no serviço terciário foi necessário menor número de consultas (até 2 consultas, 1 a 2 anos) e o tempo entre o início dos sintomas e o diagnóstico foi menor do que para as diagnosticadas em outros serviços (até 2 consultas e 1-2 anos para diagnóstico X mais de 5 consultas, mais de 2 anos; p<0,05). Embora 95% das mulheres soubessem seu diagnóstico, apenas 60% sabiam explicar o que é IOP e 59% afirmaram que o médico lhe explicou sobre a condição em sua completude. Sobre sintomas decorrentes da IOP, apenas 1 mulher assinalou todos os sintomas sugeridos pela pesquisa (todos corretos) e aproximadamente 70% das mulheres não marcaram sintomas como “diminuição do interesse sexual”, “ganho de peso” e “falta de foco”. Houve maior frequência de marcação “sim” para “ondas de calor”, “dificuldade para ter orgasmo”, “diminuição do interesse sexual” e “falta de foco” nas que disseram saber explicar o que é IOP. Os principais sintomas antes do tratamento eram ciclos menstruais longos e irregulares, fogachos e alterações de humor, enquanto aqueles que prevaleciam após tratamento eram dificuldade para ter orgasmo e alterações de humor. Mais de 80% das mulheres disseram saber os tratamentos para a condição, enquanto cerca de 20% marcaram “não” para Terapia Hormonal (TH), suplementação com vitaminas, suplementação de cálcio, mudança de hábitos alimentares e exercício físico como possíveis tratamentos. Cerca de 70% das mulheres utilizavam TH, suplementação com Cálcio e Vitamina D no momento da entrevista, contudo, apenas em torno de 30% delas afirmaram ter mudado os hábitos de vida para alternativas mais saudáveis.

CONCLUSÃO

A orientação médica e o conhecimento das mulheres sobre a IOP influenciam na aceitação e no tratamento, com melhora dos sintomas, porém alterações no humor e dificuldade para orgasmo foram queixas que se mantiveram. Poucas mulheres assumem hábitos saudáveis de vida, mostrando que este aspecto precisa ser mais valorizado.

PALAVRAS-CHAVE

IOP, conhecimento, mulheres

Área

GINECOLOGIA - Endocrinologia Ginecológica

Autores

Pedro Henrique Rosa Silva, Silvia Regina Ferreira, Maria Lucia Anjos Prado , Daniela Angerame Yela Gomes , Cristina Laguna Benetti Pinto