61º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2023

Dados do Trabalho


TÍTULO

Insuficiência Ovariana Prematura (IOP): precisamos reciclar conhecimentos?

OBJETIVO

Analisar o conhecimento de ginecologistas no diagnóstico, repercussões e tratamento de mulheres com IOP.

MÉTODOS

Estudo de corte transversal. Foram encaminhados questionários on-line para todos os ginecologistas associados à FEBRASGO. Variáveis categóricas foram descritas como frequência. Variáveis categóricas foram comparadas por testes Qui-Quadrado ou exato de Fisher e numéricas através de Mann-Whitney ou Kruskal-Wallis.

RESULTADOS

Foram analisadas 460 respostas, sendo 97% de profissionais com residência completa ou em curso na área de Ginecologia e Obstetrícia. Entre as mulheres (77%) e homens (23%), a maior parte tinha ao menos 10 anos de formado e atenderam ao menos 1 caso de IOP no último ano. Para o diagnóstico, 86% dos médicos reconheceram 5 das 8 causas de IOP; contudo, quando se quantificou aqueles que apenas assinaram as reais causas, somente 44% não assinalaram causas erradas; enquanto apenas 9% foram capazes de marcar todas as causas corretas de IOP sugeridas. Aproximadamente 30% dos médicos não apontaram disgenesia gonadal como etiologia, sendo a causa menos conhecida. Metade dos médicos disseram que infertilidade não é um aspecto relevante associado a IOP, metade não solicita cariótipo para investigação. A terapia hormonal é indicada para tratamento por 77% dos médicos, porém apenas 9,7% prescrevem hormônios em dose e regime adequados. Assim, estrogênios são utilizados em regime contínuo por 73,7%, enquanto os demais fazem pausas mensais (19%), trimestrais (4%) ou semestrais (1%). Contraceptivo Oral Combinado é prescrito por de 33% como forma de tratamento. A TH é prescrita ao menos até 50 anos para 76,4% dos médicos, enquanto os demais o fazem até melhora dos sintomas ou por tempo mais curto. Há dificuldade no acompanhamento, sendo que 3 em cada 10 ginecologistas não avaliam níveis de vitamina D, cálcio ou solicitam densitometria óssea, apesar da perda de massa óssea ser uma importante preocupação na IOP. Embora atendendo mulheres com IOP, 50% refere capacidade parcial para prescrever tratamento e apenas 7% não tem nenhuma dificuldade.

CONCLUSÃO

Tais dados ressaltam o relativo desconhecimento da classe de especialistas que atende mulheres com IOP. Considerando dados atuais de prevalência de que 3,7% das mulheres apresentarão IOP, esta pesquisa mostra a necessidade de inserção deste tema em programas de educação continuada e em congressos promovidos pelas entidades de classe, de forma a melhorar o diagnóstico, acompanhamento e tratamento oferecido.

PALAVRAS-CHAVE

IOP, médicos, conhecimento

Área

GINECOLOGIA - Endocrinologia Ginecológica

Autores

Pedro Henrique Rosa Silva, Silvia Regina Ferreira, Maria Lucia Anjos Prado , Daniela Angerame Yela Gomes, Cristina Laguna Benetti Pinto