61º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2023

Dados do Trabalho


TÍTULO

ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DA SÍFILIS EM GESTANTES, EM MINAS GERAIS, ENTRE OS ANOS DE 2016 E 2021

OBJETIVO

Analisar a prevalência dos casos notificados de sífilis em gestantes entre os anos de 2016 e 2021, no Estado de Minas Gerais, buscando melhor entender o contexto epidemiológico desta patologia.

MÉTODOS

Trata-se de um estudo epidemiológico observacional transversal que se propôs a analisar a prevalência dos casos notificados de sífilis em gestantes no período de 2016 a 2021 no Estado de Minas Gerais. As variáveis consideradas foram: número de casos, faixa etária e classificação clínica. Utilizou-se o tabulador TABNET, desenvolvido pelo Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (Datasus), como instrumento de coleta dos dados.

RESULTADOS

No intervalo destacado, foram identificados 22.062 casos de sífilis gestacional no Estado de Minas Gerais. Em 2018 foi identificado o valor mais expressivo de prevalência da sífilis gestacional, com 4.881 (22,12%) casos registrados, o que representou um aumento de 87,37% pontos percentuais quando comparado ao ano de 2016, com 2.605 (11,80%) casos. Em 2021 houve o menor coeficiente de prevalência da doença, sendo registrados 1.780 (8,06%) casos, representando uma queda de 59,41% pontos percentuais em relação ao ano anterior, com 4.386 (19,88%) casos. Sobre a faixa etária, 73,47% (16.211) das grávidas diagnosticadas com a doença encontravam-se entre o intervalo de 20-39 anos, ao passo que os menores índices foram registrados entre as idades de 10-14 anos, com 208 (0,94%) casos. Em relação a classificação clínica no momento do diagnóstico, a sífilis primária representou a maioria dos casos (32,64%), seguidos pela sífilis latente (26,09%), sífilis terciária (6,21%) e sífilis secundária (5,81%). O somatório das notificações com dado ignorado/branco alcançou 6.446 (29,21%) casos.

CONCLUSÃO

Diante da análise, observou-se uma queda expressiva de casos confirmados, o que se pode relacionar a uma menor detecção dos casos de sífilis durante a gestação ou à subnotificação de casos diagnosticados, embora se trate de uma doença de notificação compulsória.
Considerando o alto índice de transmissão vertical da sífilis gestacional e o prognóstico desfavorável da sífilis congênita devem-se ampliar as medidas preventivas para esse cenário. Dessa forma, a expansão dos programas de educação sexual, a melhoria nos sistemas de triagem no pré-natal e a garantia de cobertura terapêutica adequada devem ser reforçadas não só no estado de Minas Gerais, mas a nível nacional, combatendo as falhas assistenciais existentes.

PALAVRAS-CHAVE

Sífilis; Gestantes; Prevalência; Minas Gerais;

Área

OBSTETRÍCIA - Doenças infecciosas na gestação

Autores

Geicimara Emanuele da Silva Gomes, Bianca Santis Contarini, Maria Eduarda Gandra Formiga, Valéria Maria Moreno Jacintho