61º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2023

Dados do Trabalho


TÍTULO

Achados colposcópicos em mulheres privadas de liberdades diagnosticadas com HPV positivo

OBJETIVO

Descrever as alterações na colposcopia de mulheres privadas de liberdade (MPL) com HPV positivo.

MÉTODOS

Tratou-se de um estudo observacional, transversal, descritivo, analítico e epidemiológico de prevalência de HPV pela autocoleta realizado em 281 MPL no período de junho de 2019 a setembro de 2020. A detecção do HPV foi realizada pelo Teste Cobas® 4800 HPV, sendo as pacientes com HPV detectável submetidas a colposcopia. Foram incluídas as mulheres sexualmente ativas. Foram excluídas as mulheres grávidas, as que estavam menstruadas no exame, histerectomizadas e com contraindicação para autocoleta. Além disso, as mulheres com HPV cujo resultado foi inconclusivo e negativo não realizaram colposcopia. As variáveis quantitativas foram descritas pela média e desvio padrão, as quais foram avaliadas pela frequência absoluta e relativa. Para a verificação da associação entre variáveis qualitativas, foi usado o teste exato de Fisher. A análise estatística foi realizada pelo software R versão 3.5. 3. Considerou-se o p<0,05 como estatisticamente significativo.

RESULTADOS

A presença de HPV foi positiva em 66 pacientes, porém devido à pandemia 16 perderam seguimento, dessa maneira 50 mulheres foram submetidas à colposcopia. Na colposcopia, uma (2%) foi considerada como inadequada, devido a não visualização da junção escamo coluna (JEC), porém estava associada a outros HPV de alto risco. No que diz respeito a alterações colposcópicas, 22 mulheres (44%) não a apresentaram, sendo 21 mulheres associadas a presença de outros HPV de alto risco e uma paciente estava associada ao HPV 16. A colposcopia, na casuística, identificou 27 mulheres com imagens sugestivas de lesão de baixo e alto grau. Treze pacientes (26%) apresentaram imagens compatíveis com lesão de alto grau, sendo que duas estavam associadas ao HPV 16 e onze a outros HPV de alto risco. No que concerne as imagens sugestivas de lesão de baixo grau, catorze (28%) estavam inseridas nesse grupo, sendo que em que quatro estavam associadas ao HPV 16, duas ao HPV 18 e oito a outros HPV.de alto risco.

CONCLUSÃO

A maioria das MPL que foram diagnosticadas através da autocoleta com HPV positivo não apresentaram lesão na colposcopia (44%). Ou seja, a presença do HPV não produz necessariamente repercussão na colposcopia, principalmente a depender do tipo viral. Dessa forma, apesar de o teste de DNA HPV ter sido positivo, podendo se tratar de infecção latente, onde o teste de biologia molecular é positivo e os outros testes são negativos como a colposcopia.

PALAVRAS-CHAVE

Autocoleta; HPV; Rastreio; Sistema carcerário.

Área

GINECOLOGIA - Patologia do Trato Genital Inferior

Autores

Luana Izabela Azevedo de Carvalho, Thais Cristina Fonseca da Silva, Maycom de Lira Barbosa , Gabriel Pacífico Seabra Nunes , Maiara Magri Pereira Olenchi , Valbecia Tavares de Aguiar , Valéria Santos da Costa , Hilka Flávia Barra do Espírito Santo Alves Pereira