61º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2023

Dados do Trabalho


TÍTULO

Expressão do gene Hoxa11 e avaliação das características clínicas das pacientes com prolapso de órgãos pélvicos

OBJETIVO

Avaliar a expressão protéica e gênica do HOXA11 no ligamento uterossacro ou parede vaginal anterior de mulheres com e sem prolapso genital, bem como as características clínicas e sociodemográficas destas pacientes.

MÉTODOS

Realizamos um estudo prospectivo de amostragem consecutiva, onde foram incluídas 100 mulheres de 18 anos atendidas nos Ambulatórios de Uroginecologia e Cirurgia Ginecológica do Departamento de Tocoginecologia da FCM/UNICAMP. Tais pacientes foram distribuídas, sendo 50 alocadas no grupo CASO (prolapsos estádios III ou IV pela Classificação POP-Q) e 50 no grupo CONTROLE (sem prolapso, ou estádio I). As pacientes foram submetidas a anamnese e exame físico completo. Foi realizada coleta de amostras de ligamentos uterossacros ou tecido vaginal e os espécimes foram divididos ao meio: uma seção foi congelada em nitrogênio líquido e armazenada no Biobanco do CAISM até a realização da extração do RNA. A outra metade foi colocada em formol tamponado e armazenada no Serviço de Patologia do HCUNICAMP, para processamento em parafina e realização da técnica de imuno-histoquímica (IHQ) e Western-Blotting. As amostras dos espécimes estão sendo analisadas por Imuno-histoquímica, Western-Blotting e RT-PCR.

RESULTADOS

Observamos no grupo caso história familiar de prolapso mais frequente (p=0,046), mais cirurgias prévias (p=0,007), cirurgias ginecológicas (p=0,001), gestações e partos, sendo que a média de partos vaginais por mulher com prolapso foi de 3,6 (IC 95%: 2,8-4,3) versus 0,8 (IC 95%: 0,5-1,2) naquelas sem prolapso (p<0,05). A média de idade do grupo controle foi de 44,6 anos (IC 95% 42,8-46,5), 21 anos menor do que o grupo caso, cuja média foi de 65,9 anos (IC 95%: 63-68,9) (p<0,05). Encontramos maior prevalência de hipertensão arterial (p=0,001), diabetes mellitus (p=0,046) e uso de medicamentos (p=0,005) no grupo caso, sem haver diferença no IMC entre os grupos (p=0,09). Nas medidas do POP-Q, houve diferença significante entre todos os pontos medidos durante a manobra de valsalva e na medida do hiato genital, que foi 1,2 cm maior (p<0,05) no grupo caso, cuja média foi 3,9 cm (IC 95%: 3,5-4,3) versus 2,7 cm no grupo controle (IC 95% 2,6-2,9).

CONCLUSÃO

Mulheres com prolapso genital têm história familiar de prolapso mais frequente, idade mais avançada, maior paridade, mais cirurgias prévias, hiato genital aumentado, mais comorbidades e uso de medicamentos. Aguardamos resultados de IHQ, Western Blot e RT-PCR para fazermos uma correlação clínica entre os resultados.

PALAVRAS-CHAVE

Prolapso de órgão pélvico; HOXA 11; ligamento uterossacro; colágeno; expressão gênica

Área

GINECOLOGIA - Uroginecologia

Autores

Luana Amorim Hassun, Luiz Gustavo Oliveira Brito, Juliana do Carmo Fazzolari