61º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2023

Dados do Trabalho


TÍTULO

PREVALÊNCIA DE OUTRAS INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS EM PACIENTES PORTADORAS DO PAPILOMA VÍRUS HUMANO

OBJETIVO

AVALIAR A PREVALÊNCIA DE INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS COMO CLAMÍDIA, GONOCOCO, MICOPLASMA, UREAPLASMA, SÍFILIS,HEPATITES B E C E HIV EM PACIENTES PORTADORAS DO PAPILOMA VIRUS HUMANO TRATADAS NUM AMBULATORIO ESPECIALIZADO EM PATOLOGIA DO TRATO GENITAL INFERIOR
A lesão de alto grau pelo papiloma virus humano é precursora do câncer do colo uterino, muito incidente entre as mulheres. Ela é causada pelos subtipos 16 e 18 (alto-risco) na maioria dos casos. Geralmente esta infecção é assintomática e regride espontaneamente em dois anos. Algumas, entretanto, persistem, e progridem. Acredita-se que o “clearance” do papiloma no epitélio cervical seja dificultado por processos inflamatórios causados por outras infecções sexualmente transmissíveis, e que esta associação esteja intimamente envolvida na carcinogênese cervical. A inflamação costuma gerar metaplasia no epitélio cervical, sítio de eleição para a infecção pelo vírus . As infecções sexualmente transmissíveis são problema de saúde pública no mundo inteiro, e não há no Brasil programa de rastreio universal como para o câncer de colo. Considerando que a via de contágio é a mesma, e os fatores de risco se confundem, a relação entre o papiloma vírus, infecçoes sexualmente transmissíveis,e carcinoma de colo uterino representa um grande desafio à pesquisa e à assistência.

MÉTODOS

Estudo de prevalência.
Amostra de conveniência de pacientes de um ambulatório de patologia do trato genital inferior no sul do Brasil no período de outubro de 2023 a agosto de 2024. O “N” amostral calculado é 164 pacientes para uma proporção de 9,5%, de 5 a 14% (erro absoluto tolerado de 4,5% e confiança de 95% na estimativa).
Serão coletadas amostras cervicais para pesquisar clamidia, gonococo, ureaplasma e micoplasma através de biologia molecular. Sorologias para sífilis, hepatites B e C, e HIV.
Incluidas: pacientes com biópsia comprovando lesão pelo papiloma vírus, que aceitem participar da pesquisa.
Excluídas: gestantes, histerectomizadas ou com passado de radioterapia ou quimioterapia.

RESULTADOS

Até o presente 72 pacientes; mediana de idade : 41 anos
*Tipo de lesão pelo papiloma virus:
Baixo grau : 22,2%
Alto grau: 76,4%
Carcinoma de colo: 1,4%
*Co-infecção cervical
Clamídia: 19,4%
Micoplasma hominis: 19,4%
Micoplasma genitalium: 2,8%
Goncoco: 9,7%
Ureaplasma: 36,1%
*Sorologias reagentes:
HIV: 13,2%
HCV: 7,9%
Sífilis: 5,9%
HBsAg: zero

CONCLUSÃO

Diante dos achados, os autores discutem rastreio universal de clamídia em pacientes portadoras de papiloma vírus.

PALAVRAS-CHAVE

papiloma virus humano; clamídia; infecções sexualemte transmissíveis; câncer de colo uterino; displasia cervical

Área

GINECOLOGIA - Patologia do Trato Genital Inferior

Autores

Leticia Viçosa Pires, Alessandro Comarú Pasqualotto, Regis Kreitchmann, Mila Pontremoli Salcedo, Kerellyn Follador, Luiza Rhoden, Natália Amorim Faria