61º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2023

Dados do Trabalho


TÍTULO

GEFITINIBE E METOTREXATO VERSUS METOTREXATO PARA TRATAR GRAVIDEZ ECTÓPICA: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA

OBJETIVO

Comparar a eficácia e segurança do gefitinibe combinado com metotrexato, versus metotrexato sozinho, para o tratamento da gravidez ectópica tubária.

FONTE DE DADOS

Foram realizadas buscas nas bases de dados MedLine, SciELO e LILACS entre maio e junho de 2023, utilizando os descritores “Methotrexate”, “Pregnancy, Ectopic” e “Gefitinib”.

SELEÇÃO DE ESTUDOS

Foram encontrados 1954 artigos. Após aplicação dos filtros, nove foram selecionados para leitura, e, desses, cinco cumpriram os critérios de elegibilidade. Foram incluídos ensaios clínicos em inglês, dos últimos 10 anos, que fizeram uma análise comparativa entre gefitinibe e metotrexato, metotrexato e placebo e metotrexato isolado. Foram excluídos estudos que não compararam as opções de tratamento ou com resultados incompletos.

COLETA E ANÁLISE DE DADOS

Os artigos foram selecionados com o auxílio do software RAYYAN e passaram pelas etapas: exclusão de duplicados e análise do título, do resumo e do texto completo. As variáveis analisadas foram tempo médio de resolução, eventos adversos e declínio da gonadotrofina coriônica humana (hCG).

SÍNTESE DE DADOS

Dos estudos selecionados, dois compararam metotrexato e placebo, e três compararam associação de gefitinibe e metotrexato com uso individual de metotrexato. Um dos estudos que combinou os dois medicamentos revelou que tal associação levou à resolução de 86% das gestações ectópicas tubárias (queda das concentrações séricas de hCG a níveis indetectáveis). Em outra análise, essa combinação mostrou-se eficaz em 83% dos casos. Ambos os estudos revelaram que a associação é superior à utilização de metotrexato individualmente, tanto em relação às taxas de sucesso, quanto ao tempo necessário para resolução, sugerindo, também, boa tolerabilidade e segurança. Porém, outra análise evidenciou que a adição de gefitinibe ao tratamento padrão com metotrexato não foi capaz de reduzir as taxas de intervenções cirúrgicas e levou ao aumento de reações adversas. Entre os estudos que compararam metotrexato e placebo, não houve diferença estatisticamente significativa (p>0,05), revelando taxas de sucesso e intervalo de tempo semelhantes para que beta-hCG se torne indetectável.

CONCLUSÃO

Quando comparados placebo e metotrexato, não houve diferenças significativas. Todavia, a associação entre gefitinibe e metotrexato mostrou-se, de modo geral, segura e mais vantajosa para o manejo de gestações ectópicas tubárias, apresentando maior taxa de resolução em menor tempo.

PALAVRAS-CHAVE

Metotrexato; Gravidez Ectópica; Gefitinibe.

Área

OBSTETRÍCIA - Gestação de alto risco

Autores

Gian Lucas Teixeira Caneschi, Carolina Silva Miranda, Umberto Marzullo Filho