61º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2023

Dados do Trabalho


TÍTULO

GANGLIONEUROMA PÉLVICO INTRAMEDULAR: DIAGNÓSTICO DURANTE A GRAVIDEZ

CONTEXTO

Receber um diagnóstico de câncer ainda na infância é um acontecimento que transforma a vida de muitas famílias. O uso de quimioterápicos e outros tratamentos agressivos impõem a necessidade de discussão sobre planejamento reprodutivo e formas eficazes de impedir uma gestação indesejada ou garantir segurança para o desenvolvimento de um embrião saudável. A existência de uma patologia rara durante a gestação demanda um acompanhamento em pré-natal de alto risco e seguimento contínuo para garantia de melhores desfechos.

DESCRIÇÃO DO(S) CASO(S) ou da SÉRIE DE CASOS

KCSC, 19 anos, primigesta, com 22 semanas de idade gestacional, assintomática, com presença de massa vaginal identificada em USG de rotina do pré-natal, internada para investigação de quadro. Apresenta diagnóstico de ganglioneuroma intramedular pélvico acompanhado desde os 05 anos de idade, recebendo tratamento com quimioterapia e 08 cirurgias prévias. Ressonância magnética de abdome e pelve demonstra lesão expansiva intra-raquiana ao nível da transição lombossacra com alargamento do canal vertebral e dos forames neurais correspondentes, medindo 136x110x130mm, estendendo-se ao espaço pré-sacral/pelve direita, desviando estruturas adjacentes. Repercussão em ambos os rins apresentando alteração da relação corticomedular e dilatação de sistemas pielocaliciais, resultando em colocação de cateteres duplo J bilateralmente. Agravamento da hidronefrose bilateral devido aumento do tamanho uterino ao longo da gestação. Manteve-se assintomática e estável durante toda gestação, apesar de alterações encontradas em exames de imagem. Planejamento do parto por via alta com 37 semanas, nascimento de RN saudável e alta hospitalar em bom estado geral com 48 horas pós parto.

COMENTÁRIOS

O ganglioneuroma é um tumor raro de comportamento benigno que pode se localizar em diversas regiões associadas aos gânglios autonômicos simpáticos. A incidência deste tumor é de menos de um a cada 100.000 crianças, com discreta predileção pelo sexo feminino e sendo principalmente diagnosticado em pacientes maiores de 10 anos. Mais da metade dos casos está localizado no mediastino posterior e no espaço extraperitoneal, sendo a localização intra-pelvica a menos comum, e quando encontrado desenvolve-se adjacente às glândulas adrenais. A maioria não causa alterações sistêmicas e permanece assintomático, excetuando consequências locais com a compressão de estruturas adjacentes, sendo de grande relevância obstétrica sua correlação com o útero e anexos.

PALAVRAS-CHAVE

GANGLIONEUROMA; PREGNANCY; PELVIC NEOPLASMS.

Área

OBSTETRÍCIA - Gestação de alto risco

Autores

ANA SANCHES PRAZERES, CAMILLE SANTOS PACIELLO CASTRO, NATHALIA CUNHA OLIVEIRA, CAMILA BARBOSA SOUZA, JULIO CESAR FERREIRA ROCHA, CAROLINA POSIDENTE MANESCHY, RAPHAEL DATRINO HORTA, LELIO BERTI BELLO