61º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2023

Dados do Trabalho


TÍTULO

PERSPECTIVA DAS MULHERES NO PUERPÉRIO COM DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS: UM ESTUDO QUALITATIVO

OBJETIVO

Compreender a perspectiva da mulher no período puerperal sobre sua experiência da gravidez concomitante às doenças crônicas não transmissíveis (DCNT).

MÉTODOS

Estudo qualitativo, utilizando entrevistas individuais como coleta de dados e um roteiro semidirigido de questões abertas. Foram incluídas no estudo puérperas com diagnóstico prévio de DCNT. A amostra é intencional e o fechamento amostral se define a partir do critério de saturação teórica de informações. Para a análise de dados utilizamos uma análise temática para a construção de categorias, e o software NVIVO 11 para organização dos dados.

RESULTADOS

As entrevistadas (14) possibilitaram a construção de 2 grandes categorias: 1. A negação da doença concomitante a gravidez, representando que apesar da percepção de que não se sentiam com doença, após o diagnóstico, fizeram tratamento medicamentoso e comportamental orientados: 1.1. A equipe se enganou, o aparelho estava quebrado, essa subcategoria se constrói na tentativa de justificar o diagnóstico apontado, mas a ausência da sensação de doença; 1.2. Não percepção dos sintomas, essa subcategoria traz um alerta para os profissionais de saúde sensibilizarem as mulheres sobre a possível forma silenciosa de uma DCNT; 2. Nunca fico sozinha, mas estou sempre sozinha, aqui é exaltada a percepção da mulher em ser uma pessoa doente e grávida, ao ser acompanhada mais frequentemente pela equipe de saúde, levando à inferência de que um modelo de pré-natal tradicional, pode produzir sensação de solidão em relação às outras gestantes; 2.1. A percepção sobre a rede de apoio, mostra que as mulheres observam diferentes perfis em sua rede, pessoas realmente comprometidas, ou não, com o bem estar dela e do bebê; 2.2 A construção do papel de mãe e a percepção do processo saúde-doença, trata sobre a culpa sentida pela mulher por ter uma doença e não se sentir digna de ser mãe ou capaz de controlar a doença.

CONCLUSÃO

Destaca-se a importância da implementação de estratégias de planejamento da gravidez junto às mulheres com DCNT; o envolvimento da mulher e da família na aprendizagem sobre riscos da doença e da gravidez; a compreensão da mulher para as doenças que podem ser silenciosas. Estratégias para intervenção e mudança de comportamento no período perinatal, pois dessa forma pode ser possível alcançar a estabilidade da doença, com maior tranquilidade e efetividade.

PALAVRAS-CHAVE

Doenças crônicas não transmissíveis; Saúde Reprodutiva; Puerpério; Aspectos psicossociais; Qualidade de Vida; Estudos Qualitativos.

Área

OBSTETRÍCIA - Puerpério normal e patológico

Autores

Larissa Rodrigues, Luiza Ortega Simões Almeida, Maria Eduarda Santos Munhos, Halley Cruz Pereira, Aurelia Samira Alves Souza, Juliana Vasconcelos Freitas-Jesus , Patrícia Moretti Rehder, Fernanda Garanhani Castro Surita