61º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2023

Dados do Trabalho


TÍTULO

Angiofibroma celular em glândula de Bartholin: relato de caso

CONTEXTO

Paciente sexo feminino, 42 anos, em exame ginecológico foi constatada a presença de tumoração na sugestiva de lipoma, sendo submetida a um procedimento cirúrgico ginecológico ambulatorial para exérese do tumor. Os exames anatomopatológico e imuno-histoquímico atestaram o diagnóstico de angiofibroma celular, um tumor raro. Esse relato contribui para a elucidação do tema na literatura.

DESCRIÇÃO DO(S) CASO(S) ou da SÉRIE DE CASOS

Uma mulher de 42 anos foi encaminhada para consulta ginecológica para avaliação de um nódulo na região da vulva. Paciente com histórico obstétrico de 2 gestações e partos via vaginal, e submetida posteriormente à laqueadura tubária, além de negar alergias e comorbidades. Ao exame físico, foi constatada a presença de uma tumoração de cerca de 2,5 centímetros em grande lábio vaginal esquerdo, na região da glândula de Bartholin. Após a execução de procedimento excisional, observou-se uma peça de aspecto pardo-claro, firme, elástico e ovóide, sugestiva de lipoma. Peça enviada para exame anatomopatológico, que evidenciou uma proliferação mesenquimal fusocelular circunscrita consistente com angiomiofibroblastoma. A partir disso, foi solicitado o exame imuno-histoquímico das amostras. O exame imuno-histoquímico não evidenciou a presença de proteína S100, desmina e actina de músculo liso, mas apresentou resultado positivo em células estromais para o receptor de estrogênio 6F11 e em vasos para o clone MEC 13.3 do anticorpo CD31. Os aspectos histológicos, associados ao resultado do exame imuno-histoquímico, favorecem a possibilidade de angiofibroma celular.

COMENTÁRIOS

O angiofibroma celular é um tumor mesenquimatoso benigno específico do trato genital inferior. Ele apresenta fascículos de células fusiformes suaves, colágeno estromal fino e numerosos vasos hialinizados de tamanho mediano. É um tumor raro, com somente 4 relatos de casos descritos, sendo 2 em pacientes do sexo feminino, uma com 37 anos e uma com 49 anos. Esse tipo de tumor não possui histogênese conhecida e tem apresentação clínica de uma massa indolor de crescimento lento, semelhante à clínica do lipoma de Bartholin e de outros tumores vulvares. O tratamento consiste em excisão simples do nódulo e é considerado curativo. Os angiofibromas celulares apresentam, portanto, bom prognóstico.

PALAVRAS-CHAVE

Ginecologia; Procedimentos Cirúrgicos Ginecológicos; Angiofibroma

Área

GINECOLOGIA - Cirurgia Ginecológica

Autores

Stéphani Moscon Gregorio, Osmar Bruno Silva de Jesus, Eduarda Singer Gava, Caio Lino Veríssimo dos Santos Silva, Letícia Berçam Scultori, Leonardo Fabem Moreira, Beatriz Pinheiro Destefani, Neide Aparecida Tosato Boldrini