61º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2023

Dados do Trabalho


TÍTULO

PERFIL DA SÍFILIS GESTACIONAL NO RIO DE JANEIRO: A IMPORTÂNCIA DO TESTE NÃO TREPONÊMICO

OBJETIVO

Analisar o perfil clínico e epidemiológico da sífilis gestacional (SG) diagnosticada por teste não treponêmico no estado do Rio de Janeiro.

MÉTODOS

A pesquisa se configura como um estudo transversal de abordagem quantitativa e qualitativa, através de dados de notificação compulsória da sífilis gestacional entre o período de 2011 até 2021. Foi feita busca do perfil clínico e epidemiológico da SG diagnosticada por meio do teste não treponêmico no Rio de Janeiro. Os dados foram coletados no Sistema de Informações de Notificação Compulsória do SUS (SINAN/SUS) presentes no DATASUS.

RESULTADOS

Foram encontrados 65.314 casos de sífilis gestacional entre 2011 e 2021, sendo que deste valor total 42.593 foram diagnosticadas através do teste não treponêmico. Dentre as gestantes com teste não treponêmico reativo, o maior número de casos foi encontrado na faixa etária entre 20 e 39 anos, contemplando 29.519 dos casos (69,3%). Já a segunda faixa etária mais acometida foi entre 15 e 19 anos, sendo 11.818 dos casos (27,74%). Quanto à classificação clínica da SG, 11.858 dos casos eram de sífilis latente e 9.275 eram de sífilis primária, enquanto 4.734 e 1.316 eram de sífilis terciária e secundária, respectivamente. Ao realizar um recorte racial das gestantes diagnosticadas com SG através do teste não treponêmico, constatou-se que a maioria dos casos foram em mulheres que se declaram da raça parda (44,7%), enquanto o menor número de casos foi identificado entre as mulheres indígenas (0,14%). Além disso, as gestantes da escolaridade entre 5º a 8º série incompletas do ensino fundamental foram as mais acometidas por sífilis durante o período, representando 7.418 dos casos (17,41%).

CONCLUSÃO

O número de gestantes com sífilis diagnosticadas pelo teste não treponêmico no período recortado foi cerca de 65,21% do total de casos. Particularmente, o maior número de diagnósticos deram-se na sífilis latente, marcada pelo silenciamento de sinais e sintomas característicos, facilmente subdiagnosticada na ausência desse teste complementar. Sendo assim, apreende-se que a realização do teste não treponêmico na rotina pré-natal (1º consulta, 3º trimestre e admissão pré-parto) se mostra fundamental e deve ser incentivada, possibilitando a intervenção terapêutica oportuna e adequada às gestantes e parcerias.

PALAVRAS-CHAVE

Gestação; Sífilis; Sorodiagnóstico da sífilis.

Área

OBSTETRÍCIA - Doenças infecciosas na gestação

Autores

Gabrielli Rosa Cantarino, Giovanna Montessi Amorim, Maurício Miragaya dos Santos, Carlos Alexandre Ribeiro Goulart, Samara Mirelly dos Santos Guedes