61º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2023

Dados do Trabalho


TÍTULO

Manejo de doenças biliares na gestante: uma revisão sistemática.

OBJETIVO

Esta revisão sistemática analisa o manejo de doenças biliares (DB) na gestante abordando fisiologia, complicações e tratamento, além de fornecer síntese de evidências científicas disponíveis.

FONTE DE DADOS

A revisão sistemática obteve 52 estudos sobre o manejo de DB em gestantes, pelas bases de dado SciELO e PubMed, publicados nos últimos 10 anos, em inglês, buscando as palavras-chave no DeCs/MeSH: Cholelithiasis; Management; Pregnancy.

SELEÇÃO DE ESTUDOS

Os 52 artigos foram revisados, os duplicados excluídos e os demais lidos integralmente. Estudos sobre pancreatite na gestação, fatores de risco e patogênese foram excluídos, e selecionados 7 artigos com enfoque no manejo e tratamento de DB.

COLETA E ANÁLISE DE DADOS

Após análise comparativa e sistemática dos artigos selecionados, foram coletados os dados relevantes sobre o manejo de DB em gestantes, considerando fisiologia, complicações e tratamento.

SÍNTESE DE DADOS

Alterações gravídicas predispõem DB por reduzir esvaziamento biliar, estimular produção hepática e elevar colesterol. A incidência de colelitíase em gestantes é 2% maior do que na população geral, sendo essencial definir o manejo adequado para este grupo. A maior parte das pacientes se mantêm assintomática, sendo indicada conduta expectante. Nas sintomáticas o controle álgico é mandatório e suficiente em 64% dos casos. Abordagens cirúrgicas são reservadas para casos refratários ao manejo medicamentoso ou com complicações como colecistite aguda (CA), sepse, pancreatite e obstrução biliar, cerca de 1-3% dos casos necessita de colecistectomia (CLT) em até 1 ano após o parto. A CLT laparoscópica é a 1ª escolha e considerada segura, porém é indicado aguardar o final do 2ª trimestre para diminuir taxas de aborto espontâneo e prematuridade. Para pacientes com risco cirúrgico elevado, uma opção é a drenagem percutânea através de colecistostomia, uma solução temporária que resolve a CA em cerca de 90% dos casos e permite aguardar uma melhora que possibilite a CLT. Outro método muito usado para DB, sobretudo coledocolitíase, é a colangiopancreatografia retrógrada endoscópica (CPRE). Há um receio em usá-la em gestantes devido à radiação e sedação, porém uma metanálise concluiu que a CPRE deve permanecer 1ª escolha para evitar complicações potencialmente fatais para mãe e feto.

CONCLUSÃO

O tratamento medicamentoso é eficaz em muitos casos de DB na gestação. Quando necessário, CLT laparoscópica e CPRE são opções seguras e eficazes. A escolha do tratamento deve ser individualizada, considerando os riscos e benefícios para a mãe e o feto.

PALAVRAS-CHAVE

Cholelithiasis; Biliary Tract Diseases; Management; Pregnancy; Pregnant Women

Área

OBSTETRÍCIA - Intercorrências cirúrgicas na gestação

Autores

Luiza Palmeira Kavamoto, Débora de Freitas Britto Rêgo, Letícia Lancaster de Oliveira Mendes, Camila Cardoso Da Rocha Silva, Arthur Ricardo Alves da Silva, André Diniz Dobbin, Matheus Viganô Leal, Andréa Palmeira Barros Kavamoto