61º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2023

Dados do Trabalho


TÍTULO

Análise do Comprimento Vaginal de Mulheres após Neovaginoplastia com Pele Liofilizada de Tilápia do Nilo: Resultados Clínicos

OBJETIVO

Descrever os resultados clínicos de pacientes no 6º mês pós neovaginoplastia com Pele Liofilizada de Tilápia do Nilo (PLTN), além da relação de estenose vaginal com uso adequado de molde dilatador e atividade sexual regular.

MÉTODOS

Análise retrospectiva de 27 pacientes com agenesia vaginal submetidas à neovaginoplastia com PLTN pela técnica modificada de McIndoe entre 2017 e 2022. Após a cirurgia, as pacientes eram ensinadas a usar um molde por 30 dias, retirando apenas para higienização. Depois, orientadas a mantê-lo por 8 horas diárias até o início da atividade sexual, sendo instruídas a usar o molde nos dias em que não tivessem relações. No seguimento ambulatorial das pacientes, ao 6º mês de cirurgia, estudou-se: comprimento vaginal, uso adequado de moldes dilatadores para garantir a pervidade da neovagina, ocorrência de estenose e presença de atividade sexual. Usou-se teste de Mann-Whitney para verificar associação entre uso adequado de molde dilatador e comprimento vaginal e teste qui-quadrado ou exato de Fisher para verificar relações entre uso adequado do molde e atividade sexual regular com estenose vaginal.

RESULTADOS

Participantes com idades de 12 a 37 anos. Todas apresentavam agenesia vaginal com diagnósticos entre Síndrome de Rokitansky, DDS XY, estenose pós-braquiterapia e Síndrome de Fraser. 66% (18/27) não realizaram uso adequado do molde dilatador, e 48% (13/27) apresentaram estenose vaginal. Média e desvio padrão do comprimento vaginal de pacientes que utilizaram o molde de forma adequada e inadequada foram, respectivamente, 8.3±2.0 e 6.5±2.9 cm. Houve uma associação significativa entre uso adequado do molde dilatador e maior comprimento vaginal (U=42,5; P=.043). Além disso, uso adequado do molde dilatador foi associado a redução significativa na ocorrência de estenose vaginal (P=.013), sendo que apenas 1 das 9 pacientes desse grupo desenvolveu estenose. Das 25 pacientes que forneceram informações sobre relação sexual, 14 já haviam tido atividade, sendo que 6 delas apresentaram estenose vaginal, não havendo relação significativa entre atividade sexual regular e perviedade da neovagina nos dados estudados (P=.302).

CONCLUSÃO

A maioria das participantes apresentou comprimento satisfatório após neovaginoplastia com PLTN. O uso adequado de moldes dilatadores apresentou um melhor resultado para maior comprimento vaginal e para menor risco de estenose. Não foi observada associação significativa entre prática sexual regular e não ocorrência de estenose.

PALAVRAS-CHAVE

Neovaginoplastia; Pele de Tilápia, Comprimento Vaginal, Estenose; Atividade sexual.

Área

GINECOLOGIA - Cirurgia Ginecológica

Autores

Luana Darc Braga, Yago Eloy Barbosa, Samuel Soares Coutinho, Mário Santos Alves, Marinna Santos Alves, Zenilda Vieira Bruno, Leonardo Pinheiro Bezerra, Mariana Oliveira Veloso