61º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2023

Dados do Trabalho


TÍTULO

Resposta à quimioterapia neoadjuvante em mulheres com carcinoma de mama triplo negativo

OBJETIVO

Avaliar as características da paciente e do tumor e a resposta à quimioterapia neoadjuvante (QTneo) em mulheres com carcinoma de mama triplo negativo (CMTN) atendidas em um centro de referência em saúde da mulher.

MÉTODOS

Para essa coorte com coleta retrospectiva foram selecionadas 150 mulheres com CMTN virgens de tratamento que, após assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido, aceitaram conceder material para o BIOBANCO do serviço e foram diagnosticadas e tratadas na mesma instituição. Foram excluídas da análise 8 (5,3%) mulheres submetidas a cirurgia up front e 18 (12%) mulheres submetidas a quimioterapia paliativa. A idade, estado menstrual, partos, amamentação, antecedente familiar de câncer, etnia declarada, tabagismo, estádio, expressão do HER-2, Ki67, tipo e grau histológico, invasão angiolinfática/perineural e tratamento foram obtidos dos prontuários. O tratamento seguiu o protocolo do serviço. O projeto foi aprovado pelo CEP da instituição.

RESULTADOS

Entre as 116 mulheres submetidas à QTneo, a resposta patológica completa (pCR) foi observada em 45 (38,8%). 63 (54,3%) das mulheres tinham < 50 anos, 59 (51%) eram menopausadas, apenas 10 (8,6%) eram nulíparas; 90 (63,8%) tinham antecedente familiar (AF) de câncer, sendo 47 (40,5%) câncer de mama/ovário; 96 (82,8%) se autodeclararam brancas; 28 (24,1%) eram fumantes (atual ou pregresso). O estado linfonodal, a expressão do HER-2, o Ki67, o tipo histológico (especial e não especial) e a invasão angiolinfática não se relacionaram com a resposta patológica. O Ki67 > 20% foi observado em 102 (87,9%) mulheres. Nenhuma das variáveis citadas acima foram relacionadas à pCR. Tumores T1 e T2 e mulheres que utilizaram carboplatina tiveram uma taxa significativamente maior de pCR. Mulheres com pCR tiveram mais biópsia do linfonodo sentinela (BLS), porém não houve diferença na taxa de mastectomia (40% na pCR e 47,9% na RCB) em função da resposta à QTneo.

CONCLUSÃO

A pCR foi significativamente maior em mulheres com tumores pequenos, independentemente do comprometimento linfonodal. Embora mulheres com pCR sejam mais frequentemente submetidas à BLS, a mastectomia continua sendo um tratamento de eleição em mulheres com CMTN.

PALAVRAS-CHAVE

carcinoma de mama, quimioterapia neoadjuvante, neoplasia residual

Área

GINECOLOGIA - Oncologia Ginecológica

Autores

Alícia Cabral Daniel Vicente, Lucas Grecco Hoffmann, Geisilene Russano de Paiva Silva, Susana Oliveira Botelho Ramalho, Sophie Françoise Mauricette Derchain