61º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2023

Dados do Trabalho


TÍTULO

Avaliação de boas práticas no parto em hospital universitário de nível terciário

OBJETIVO

Avaliar a percepção das puérperas sobre a assistência hospitalar do parto em hospital universitário de referência para alto risco e suas práticas (descritas pela OMS), alguns resultados perinatais e a satisfação das mulheres.

MÉTODOS

Estudo transversal com entrevistas guiadas por questionário aplicado pelos pesquisadores à 107 puérperas, após aplicação do termo de consentimento. Critérios de inclusão: puérperas a partir dos 15 anos e feto vivo. Critérios de exclusão: mulheres com dificuldade de compreensão. Foram mais de 40 variáveis incluídas, entre sociodemográficas, práticas do pré-natal e do parto e resultados maternos e neonatais. Inseridas informações em banco de dados e feitas análises descritivas e testes comparativos. Testes usados: Qui-quadrado, exato de Fischer, Mann-Whitney e Kruskall-Wallis, com nível de significância de 5%.

RESULTADOS

A idade média das puérperas foi de 29 (15 - 44) anos, 73% de gestações de alto risco, 55% exerciam trabalho remunerado, 60% pardas e pretas e em 96% com companheiro fixo. Em relação às boas práticas obstétricas, observamos 61% de cesáreas, com diferença entre alto risco e baixo risco (68% x 39%, p=0,020) e idade menor que 30 anos (74% x 49%, p=0,018). Contato pele a pele ocorreu em 74,5%, sendo 87% nos partos vaginais e 65% das cesáreas (p=0,009). Clampeamento oportuno do cordão umbilical em 30%, sendo 48% nos partos normais e 18% nas cesáreas (p<0,01). O uso de ocitocina ocorreu em 50% dos trabalhos de partos, houve 50% de induções de parto, realização de episiotomia foi 4,6%, 52% receberam analgesia de neuroeixo e 24% ficaram em jejum. 58% das mulheres que entraram em trabalho de parto tentariam um novo parto vaginal. Nos resultados neonatais houve 22% de internação em cuidados intermediários ou UTI e 97% obtiveram índices de APGAR de 5º minuto igual ou maior que 7. Para a puérpera, a taxa de internação em UTI foi de 5,7%, transfusão de sangue 2,8% e antibioticoterapia pós-parto 8,5%.

CONCLUSÃO

Esse estudo mostra boa adequação à maioria das práticas recomendadas na assistência ao parto, com destaque para os nascimentos vaginais, nos quais houve boa oferta de analgesia e baixa taxa de episiotomia, o que contribuiu para a boa experiência de parto. Nascimentos por cesárea foram mais freqüentes em gestações de alto risco, sendo importante destacar a atenção às boas práticas, independente da via de parto.

PALAVRAS-CHAVE

boas práticas, assistência ao parto, satisfação do paciente, alto risco obstétrico

Área

OBSTETRÍCIA - Assistência ao trabalho de parto e suas fases clínicas

Autores

Carla Cristina Carvalho Celestrino Arca, Luísa Fontes Araujo Viana, Carolina Neves Bühl, Giuliane Jesus Lajos, Fernanda Garanhani Castro Surita