Dados do Trabalho
TÍTULO
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DAS GESTAÇÕES COMPLICADAS POR ANOMALIAS CROMOSSÔMICAS NO BRASIL
OBJETIVO
Este estudo tem o objetivo de identificar o perfil epidemiológico materno e caracterizar a evolução gestacional nos casos de anomalias cromossômicas.
MÉTODOS
Trata-se de um estudo epidemiológico transversal, retrospectivo, com dados do DataSUS. Foram utilizados o Sistema de Informação dos Nascidos Vivos e Excel para análise das informações. Os dados foram contabilizados a partir dos registros de nascidos vivos que possuíam ou não anomalias cromossômicas entre 2017 a 2021. Os parâmetros analisados foram: região geográfica, idade materna, raça, consultas de pré-natal, duração da gestação, Grupos de Robson e tipo de parto. Foram excluídos os registros de menores de 14 e maiores de 50 anos, e os dados “ignorados” em todas as categorias.
RESULTADOS
No Brasil, entre os anos de 2017 a 2021 nasceram mais de 110 mil de crianças vivas com alterações congênitas, sendo 5% desses casos de anomalias cromossômicas, como as trissomias (e.g. Síndrome de Down). A região Sudeste concentra 46% dos casos, seguida da região Nordeste (22%), Sul (19%), Norte (7%) e Centro-Oeste (6%). A faixa etária de maior risco foi entre 35-39 anos (32%) e 40-44 anos (25%). Já as raças com maior incidência foram a branca (47%) e a parda (45%). Acerca da gestação, 68% tiveram um pré-natal mais do que adequado, 8% adequado, 7% intermediário, 15% inadequado e 0,2% não fizeram pré-natal. Quanto à duração da gestação, 70% nasceram a termo (entre 37 e 41 semanas), 29% pré-termo (<37 semanas) e 1% pós-termo (>42 semanas). Pelos critérios de Robson, 25% foram classificadas no grupo 5, multíparas, com cesárea anterior, gestação única, cefálica > 37 semanas, 23% no grupo 10, toda gestação única, cefálica,< 36 semanas, incluindo cesárea anterior, e 15% no grupo 3, multípara sem cesárea anterior, gestação única, cefálica, >37 semanas, com trabalho de parto espontâneo. Notou-se que na via de parto, foi mais comum a cesárea (67%) do que a vaginal (32%).
CONCLUSÃO
A incidência de nascidos vivos com anomalias cromossômicas pode ser relacionada à idade materna > 35 anos, em multíparas, brancas e pardas. Foi observado que a maioria teve seguimento adequado no pré-natal, com nascimento a termo, por cesárea. A maior parte dos casos ocorreu na região Sudeste. A idade materna avançada está associada, embora não seja determinante para a ocorrência dessas anomalias, e torna necessário o aprimoramento de políticas públicas para aconselhamento, rastreio e acompanhamento pré-natal adequado.
PALAVRAS-CHAVE
Anormalidades congênitas; Anomalias Cromossômicas; Nascidos Vivos.
Área
OBSTETRÍCIA - Medicina fetal
Autores
Fernanda Lopes de Araujo, Vanessa Soares Andrade Moraes , Marina Miguel de Lucena, Ana Carolina Borges Penalva Ferreira, Brunna Maria Bolelli Barros, Ana Carolina Mauer Kuhn , Letícia Lancaster de Oliveira Mendes, Ana Maria Faria Esteves