61º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2023

Dados do Trabalho


TÍTULO

Perfil epidemiológico da sífilis congênita, um evento sentinela: Feira de Santana (BA), 2013 a 2022.

OBJETIVO

A sífilis congênita (SC) é uma doença infectocontagiosa de transmissão vertical e notificação compulsória. Além disso, é um evento sentinela da qualidade da assistência pré-natal, pois a investigação da sífilis na gestação é primordial para prevenir à sífilis congênita No Brasil nos últimos anos, houve um crescimento na incidência de sífilis congênita e na gestação, o que gera uma alerta para a saúde pública devido aos desfechos desfavoráveis que essa patologia pode gerar para mãe e feto. Dessa forma, considerando a SC como evento sentinela, propõe-se analisar dados epidemiológicos dessa patologia em uma cidade do interior da Bahia, comparando o período de 2013 a 2017 ao período de 2018 a 2022.

MÉTODOS

Estudo descritivo e retrospectivo sobre o perfil epidemiológico da sífilis congênita em Feira de Santana, na Bahia, comparando o período de 2013 a 2017 ao de 2018 a 2022. Os dados foram coletados pelo Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde do Brasil (DATASUS), pela ferramenta TABNET e em seguida tabulados no programa Microsoft Excel 2019, onde foram calculadas as porcentagens. As variáveis consideradas foram óbitos, número de internações, unidade de federação e município. Por se tratar de um estudo de banco de dados público, não houve necessidade de aprovação do Comitê de Ética.

RESULTADOS

A partir da coleta de dados, verificou-se, que no período de 2013 a 2022, foram notificados um total de 1.188 internações por SC no município de Feira de Santana, Bahia. Sendo 401 (33,75%) no período de 2013 a 2017 e 787 (66,24%) nos últimos 5 anos, demonstrando um aumento de 96,25%, considerando o intervalo de 5 anos em cada período estudado. O ano de maior notificação foi 2021 com 226 (19,02%) internações, já 2014 foi o ano com menor número, com 63 (5,30%) casos. Além disso, foram constatados um total de 4 óbitos, nos 10 anos estudados, dos quais 1 (25%) ocorreu no período de 2013 a 2017 e 3 (75%) de 2018 a 2022, demonstrando um aumento de 200% de um período para o outro, sendo a taxa de mortalidade do período global de 0,34.

CONCLUSÃO

A sífilis congênita, nos últimos 5 anos, aumentou significativamente em Feira de Santana e reflete a situação do Brasil, sendo ratificado pelos últimos boletins epidemiológicos do Ministério da Saúde. Esses dados alarmantes, demonstram a necessidade de um maior cuidado na assistência pré-natal na Atenção Primária à Saúde, pois a investigação da sífilis na gestação tem que ser medida fundamental no protocolo de cuidado à gestante para prevenir a SC.

PALAVRAS-CHAVE

Sífilis Congênita, perfil epidemiológico, pré-natal.

Área

OBSTETRÍCIA - Doenças infecciosas na gestação

Autores

Leandra da Silva Figueredo, Raquel Moreira Borges, Hílari Alves Lopes, Isa Clara Santos Lima, Débora Pinheiro Alves Ferreira, Isadora Oliveira Santiago Pereira, Edson de Souza Santos