Dados do Trabalho
TÍTULO
ANÁLISE DO ACESSO À SAÚDE DA MULHER NA PANDEMIA DA COVID-19 NO ESTADO DE SERGIPE
OBJETIVO
Avaliar o acesso às consultas médicas na área da ginecologia e obstetrícia durante a pandemia da COVID-19 no estado brasileiro de Sergipe.
MÉTODOS
Trata-se de um estudo transversal e descritivo, realizado por questionário online próprio, com inclusão de mulheres sergipanas a partir dos 18 anos de idade, sem critério de exclusão. O cálculo amostral foi realizado por meio de equação derivada da estimativa de parâmetro populacional [n=N.z2.p(1-p)/z2.p.(1-p)+e2.(N-1)], adotando N = 915.628, equivalente ao número de mulheres sergipanas maiores de idade em 2022 segundo a projeção populacional do IBGE; nível de confiança de 95% e erro amostral de 5%. O "n" encontrado foi de 384 mulheres. A pesquisa foi submetida e aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa com o CAAE: 49031421.2.0000.5371. O formulário foi divulgado nas redes sociais, obtendo um total de 386 respostas. A análise estatística foi realizada pelo software R Core Team, versão 4.0.4 (2021), com análise descritiva para caracterizar a amostra em estudo.
RESULTADOS
O perfil sociodemográfico da pesquisa foi composto predominantemente por mulheres brancas (54,1%) entre 18-24 anos (47,7%) e que possuíam plano de saúde (76,4%). Das 91 mulheres sem acesso à saúde suplementar, 56 dependiam exclusivamente do SUS. Dentre as 386 participantes, 233 (63,8%) se consultaram durante a pandemia, 143 (33%) não se consultaram e 10 (3,2%) marcaram a consulta, mas não tinham ido. Questionadas sobre o costume de se consultar previamente à pandemia, 254 (68,7%) afirmaram que tinham o hábito de ir, ao menos uma vez ao ano, ao ginecologista e obstetra ou médico do posto para tratar da saúde íntima. As principais justificativas para a falta de comparecimento às consultas foram: “Não fui pois não tinha queixa” (37,8%), “Não achei que ir para a consulta fosse tão importante no momento” (15,4%) e “Medo de sair de casa e me contaminar com a COVID-19” (14%). Dentre as que se consultaram, 44,9% afirmaram que algumas limitações surgiram exclusivamente por conta da pandemia, como dificuldade para agendar uma consulta naquele momento (20,3%) e interrupção dos atendimentos pelo profissional que já acompanhava (13,7%).
CONCLUSÃO
Ainda que a maioria das participantes possua acesso à saúde privada, mais de um terço delas não se consultou durante a pandemia. É notório que esse período impactou negativamente a saúde da mulher, reduzindo o número de consultas e aumentando as dificuldades de acesso.
PALAVRAS-CHAVE
saúde da mulher; pandemias; COVID-19
Área
GINECOLOGIA - Epidemiologia
Autores
Juliana Pereira de Lucena Menezes, Cássia Fernanda dos Santos Rosa, Rebecca Schuster Dorea Leite, Alessandra Vitória de Menezes Nunes, Carmem Isaura Salles do Nascimento, Joanna Sousa da Fonsêca Santana, Natalia Araujo Barreto, Marina de Pádua Nogueira