61º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2023

Dados do Trabalho


TÍTULO

DIAGNÓSTICO DE TERATOMA EPIGNATHUS NA GESTAÇÃO E PROCEDIMENTO EXIT (TRATAMENTO EXTRAUTERINO INTRAPARTO): UM RELATO DE CASO

CONTEXTO

O Teratoma Epignathus é o tipo mais raro de teratoma congênito, com incidência de 2% variando de 1 para 35 mil a 200 mil nascidos vivos. É um tumor que ocupa a orofaringe e se exterioriza pela boca. Esse trabalho objetiva descrever um caso de diagnóstico por ultrassonografia (US) de Teratoma Epignathus na gestação e sua abordagem pré e pós-natal.

DESCRIÇÃO DO(S) CASO(S) ou da SÉRIE DE CASOS

A.S., 27 anos, primigesta. US obstétrica com 26 semanas evidenciando tumor heterogêneo com áreas de atenuação ocupando a orofaringe; pregas vocais e traqueia livres, porém desviadas para a direita; movimentação da língua preservada; polidramnia. Ressonância magnética (RM) fetal sugestiva de Teratoma Epignathus. Realizadas 4 amniodrenagens para prevenção do parto prematuro entre 29 e 33 semanas devido à polidramnia.
Realizado o procedimento extrauterino intraparto (EXIT) com 34 semanas. Durante cesariana segmentar com anestesia geral materna e relaxamento uterino endovenoso com nitroglicerina, a cabeça e tronco fetal foram exteriorizados, mantendo-se o cordão umbilical pérvio e placenta não dequitada, garantindo a oxigenação fetal. A via aérea fetal foi estabelecida por traqueostomia sendo feito em seguida, o clampeamento de cordão e parto.
Realizada RM neonatal após nascimento, confirmando a suspeita de teratoma orofaríngeo. Angiotomografia computadorizada evidenciou invasão vascular nobre na região cervical pela tumoração. O teratoma foi ressecado 27 dias após o parto. Laudo histopatológico com resultado benigno de teratoma maduro, medindo 14,0 x 9,0 x 3,5cm, sendo o maior fragmento de 7,0 x 5,5cm.
O bebê foi mantido sob ventilação mecânica por 44 dias sendo extubado e evoluindo até a alta. A criança segue em reabilitação oral no seu terceiro ano de vida, sem sequelas.

COMENTÁRIOS

Teratomas são tumores de células germinativas de etiologia desconhecida. A etiologia mais aceita para o Epignathus é pelo crescimento desordenado de células da região da bolsa de Rathke, envolvendo osso esfenoide e base do crânio. O tumor pode ter tamanhos e consequências variáveis, inclusive morte fetal. A US é fundamental para o diagnóstico, caracterização, planejamento terapêutico, vigilância no volume do líquido amniótico, circulação feto-placentária e outras complicações.
O prognóstico fetal depende do tamanho, crescimento, localização da lesão e envolvimento de estruturas intracranianas e vasculares. O diagnóstico precoce, a ressecção adequada do tumor e o planejamento multidisciplinar garantiu o sucesso deste caso com ótimo resultado materno-fetal.

PALAVRAS-CHAVE

teratoma; fetal ultrasonography; Congenital Abnormality; Teratoid Tumor

Área

OBSTETRÍCIA - Medicina fetal

Autores

Anna Rita Miliosi Motta, Jair Roberto Da Silva Braga, Cristos Pritsivelis, Clara Alves Antunes, Eduardo Sertã De Souza Carvalho, Eleonora Thomé De Castro Godoi, Anna Beatriz Monteiro Bourguignon, Gabriela Costa Figueiredo