61º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2023

Dados do Trabalho


TÍTULO

Concordância e acurácia do BI-RADS nos exames de mamografia e ultrassonografia

OBJETIVO

O objetivo deste estudo é avaliar a acurácia e concordância da classificação de BI-RADS nos exames de mamografia e USG de mama em relação à biópsia.

MÉTODOS

Estudo observacional, com delineamento transversal, que utilizou dados secundários de 112 prontuários eletrônicos de pacientes mulheres, maiores de 18 anos, que realizaram a biópsia e exame de imagem em uma clínica privada em Tubarão-SC, no período de janeiro de 2016 a junho de 2022. Foram excluídos pacientes que não realizaram a biópsia e prontuários incompletos com menos de 75% das variáveis. A análise das variáveis independentes idade, tipo de mama e quadrante utilizado na biópsia. As variáveis dependentes são BI-RADS mamografia, BI-RADS USG e biópsia. Os dados foram analisados por meio do software SPSS 20.0, utilizando o teste de qui-quadrado ou exato de Fisher e avaliação da acurácia e concordância por meio da estatística de Kappa.

RESULTADOS

Participaram do estudo 112 pacientes do sexo feminino com média (±DP) de idade de 50,1 (±14,2) anos, mínima de 21 anos e máxima de 86 anos. Biópsia mais realizado tipo CORE com 84,8% e quadrante mais utilizado quadrante superior lateral com 33%. O resultado da biopsia demonstrou 35,7% de malignidade. Dentre os benignos o diagnóstico mais comum de fibroadenoma (25,9%) e o diagnóstico mais comum de malignidade o carcinoma mamário invasivo tipo não especial (35,7%). O índice de malignidade de 72,7% acima dos 70 anos. Foram observados baixa concordância de Kappa com 0,105 (p<0,001) quando comparados BI-RADS da mamografia e USG. Excluindo os resultados BI-RADS 0 e agrupando as categorias BI-RADS 1,2,3 e 4,5, foi observada uma concordância Kappa 0,238 (p=0,011). Acurácia de 83,67% e 55,86% para a mamografia e USG, respectivamente.

CONCLUSÃO

A acurácia da mamografia apresentou-se maior que do USG de mama, sendo reafirmada como o padrão-ouro para rastreamento, principalmente em mamas não densas, enquanto a USG possui benefícios em mulheres mais jovens com mamas densas ou em complemento à mamografia. Os BI-RADS USG e mamografia menores (1,2 e 3) apresentaram maior discordância entre as categorias, no entanto nos BI-RADS maiores (4 e 5) obteve maior concordância, indicando maior chance de malignidade e a necessidade de seguimento com biopsia.

PALAVRAS-CHAVE

BI-RADS; Câncer de mama; Ultrassonografia; Mamografia; Biopsia;

Área

GINECOLOGIA - Mastologia

Autores

Ana Paula Bratti, Laura Natalia de Lima Toloni, Rafaela de Pieri, Laura Rodrigues dos Santos, Kelser de Souza Kock