61º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2023

Dados do Trabalho


TÍTULO

Tratamento intrauterino de hidropsia fetal não imune: um relato de caso

CONTEXTO

Taquiarritmias fetais são raras durante a gestação, sendo a taquicardia supraventricular (TVS) a mais prevalente. É importante diferenciar as benignas daquelas que necessitam de tratamento específico, para detecção precoce de sinais de insuficiência cardíaca (IC) e hidropsia fetal. O diagnóstico é realizado pela ecocardiografia fetal com Doppler. As opções de tratamento incluem o uso de drogas por via materna ou fetal. Nos casos refratários, indica-se o parto para manejo da arritmia no período neonatal. A hidropisia fetal não imune por TVS é caracterizada pelo acúmulo anormal de líquido em dois ou mais compartimentos fetais, resultante de ritmos cardíacos rápidos e irregulares no feto.
O prognóstico depende de vários fatores, incluindo a idade gestacional no momento do diagnóstico, a resposta ao tratamento e a causa subjacente da arritmia.

DESCRIÇÃO DO(S) CASO(S) ou da SÉRIE DE CASOS

34 anos, G3P2, 26+1 IG, DMGA2, TORCHS e PAI negativo, avaliada pela Medicina Fetal devido hidropisia fetal. USG com doppler (derrame pleural, pericárdico, ascite volumosa, edema subcutâneo, taquicardia supraventricular sustentada (FC 230 bpm), DV onda A reversa e VU pulsátil) e ecofetal (taquicardia fetal supraventricular sustentada). Indicado tratamento da arritmia fetal com administração sotalol e seguimento pela medicina fetal e cardiopediatria. Após 24 horas do tratamento, feto apresentava ritmo sinusal com extrassístoles frequentes, otimizado sotalol, com boa resposta do ritmo cardíaco fetal, doppler padrão, melhora da ascite e edema subcutâneo. Indicada indução de parto com 39 IG por DMGA2 , nascimento de RN vivo, masculino, APGAR 8/9, peso 3570g, sem sinais de hidropisia. Placenta 1282g. Após parto, RN apresentou TSV, iniciado tratamento com sotalol. Durante a internação, RN estável com alta hospitalar no 9º dia de vida. Retorno na cardiopediatria com 1 mês de vida com exames normais e seguimento mensal.

COMENTÁRIOS

A prevalência de taquiarritmias fetais é de 0,4-0,6%. Geralmente não está associada a malformações cardíacas, assim como observado no feto em questão. A hidropisia fetal não imune causada pela TSV fetal é uma condição grave que requer diagnóstico oportuno, tratamento adequado e aconselhamento pós-natal abrangente. O tratamento realizado foi capaz de reverter o ritmo sinusal intraútero, reduzir sinais de IC fetal e hidropsia fetal, e, consequentemente, diminuir danos ao neonato.

PALAVRAS-CHAVE

Taquicardia supraventricular; hidropsia fetal; insuficiência cardíaca

Área

OBSTETRÍCIA - Medicina fetal

Autores

Eduardo Teixeira da Silva Ribeiro , Fernanda Mastrangelo Speich, Marcella Gonçalves Moreira, Rafaela Motta Pereira Procópio, Guilherme Ribeiro Ramires de Jesus