61º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2023

Dados do Trabalho


TÍTULO

TRATAMENTO CONSERVADOR DEVIDO A TUMOR TROFOBLÁSTICO DO SÍTIO PLACENTÁRIO (TTSP), DIAGNOSTICADO EM RECIDIVA TARDIA DE NEOPLASIA TROFOBLÁSTICA GESTACIONAL (NTG) PÓS- MOLA HIDATIFORME (MH) PARCIAL: relato importante de caso em paciente jovem

CONTEXTO

A NTG pós-molar é uma doença rara, ocorrendo em 1 em cada 15.000 gestações. Geralmente sucede uma MH completa que pode ter evolução neoplásica em 20% dos casos. Já na MH parcial, a frequência de NTG ocorre em 1 a 5% dos casos. A recidiva pós-tratamento de NTG também é rara (3%), ocorrendo mais comumente nos primeiros 3 meses após a remissão pós-tratamento da neoplasia. O TTSP é um
dos tipos neoplásicos mais raros de NTG (cerca de 900 casos descritos na literattura mundial), que geralmente não responde tão bem à quimioterapia, o que ocorre nos casos mais comuns de NTG representados pela MH invasora e pelo coriocarcinoma. A literattura cita poucos relatos de caso excepcionalmente tratados com abordagem cirúrgica conservadora com preservação do útero.

DESCRIÇÃO DO(S) CASO(S) ou da SÉRIE DE CASOS

Apresentamos um caso de uma paciente de 23 anos, nulípara, que teve evolução para NTG de baixo-risco após uma MH parcial em fevereiro de 2018. Esta paciente teve uma resolução arrastada atingindo a remissão da NTG somente julho/2018, após 10 ciclos de metotrexate + ácido folínico e 3 ciclos de consolidação. Treze meses após a remissão, em agosto/2019, apresentou recidiva tardia da NTG
doença, pelo aumento persistente do marcador tumoral (hCG – gonadotrofina coriônica humana). O diagnóstico de TTSP foi realizado após cirurgia conservadora em dezembro/2019. Excepcionalmente, pelo reiterado desejo manifestado pela paciente em conservar o útero para gestação futura, foi tratada com poliquimioterapia com esquema Taxol-etoposide alternado com Taxol-platina de janeiro a julho de
2020, atingindo a segunda remissão da NTG final de abril/2020. Em agosto de 2021 foi liberada para engravidar. Teve um pré-natal sem complicações e parto cesáreo em agosto/2022, dando a luz com 38 semanas a recém-nascido hígido. Em avaliação dois meses após parto, trouxe hCG negativo e ecografia transvaginal com Doppler a cores, não se evidenciando lesões suspeitas de neoplasia na
parede uterina. Segue em controle periódico pós-tratamento e pretende gestar novamente. Mediante assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido a paciente autorizou a apresentação do seu caso em Congresso Médico, bem como a publicação em Revista Científica, mantendo o seu anonimato.

COMENTÁRIOS

Paciente atendida pelo Sistema Única de Saúde no Centro de Doenças Trofoblásticas do Irmandanda da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre.

PALAVRAS-CHAVE

Doença trofoblástica gestacional; mola hidatiforme; neoplasia; poliquimioterapia

Área

GINECOLOGIA - Oncologia Ginecológica

Autores

Elza Maria Hartmann Uberti, Rosilene Jara Reis, Rodrigo Bernardes Cardoso, Josenel Maria Barcelos Marçal, Marcella Maldonado Garcia, Helena Martins Mansur, Larissa Belke