61º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2023

Dados do Trabalho


TÍTULO

COMPARATIVO ENTRE O ACESSO À SAÚDE DA MULHER NO SUS VERSUS PARTICULAR EM SERGIPE NA PANDEMIA

OBJETIVO

Avaliar a discrepância no acesso às consultas ginecológicas e obstétricas entre as mulheres que dependem exclusivamente do Sistema Único de Saúde (SUS) e as que possuem atendimento privado no Estado de Sergipe.

MÉTODOS

Trata-se de um estudo transversal e descritivo, por meio de questionário online próprio, incluindo mulheres sergipanas a partir dos 18 anos de idade, sem critério de exclusão. O cálculo amostral foi realizado mediante a equação derivada da estimativa de parâmetro populacional [n=N.z².p(1-p)/z².p.(1-p)+e².(N-1)]. Foi adotado um N = 915.628, que corresponde ao número de mulheres sergipanas maiores de idade no ano de 2022 segundo a projeção populacional do IBGE; intervalo de confiança de 95% e erro amostral de 5%. O "n" encontrado foi de 384 mulheres. A pesquisa foi submetida e aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa com o CAAE: 49031421.2.0000.5371. Ao final da pesquisa, 386 respostas foram coletadas. A análise estatística foi realizada pelo software R Core Team, versão 4.0.4 (2021), com análise comparativa e descritiva para caracterizar a amostra em estudo.

RESULTADOS

Do total da amostra, 330 mulheres sergipanas afirmaram deter de um plano de saúde ou condições financeiras para arcar com a atendimento particular, enquanto 56 participantes dependem exclusivamente do SUS. Quanto à presença nas consultas, 33,5% das mulheres com atendimento privado, não compareceram no período da pandemia, contra 69,1% das dependentes do SUS. Quanto às usuárias exclusivas dos SUS, as principais justificativas para falta de comparecimento à consulta foram que 42,1% não possuíam queixas, 26,3% achavam que não era importante procurar ajuda médica no momento e 21,1% estavam com medo de contrair a COVID-19. Enquanto isso, na saúde suplementar ou particular, as razões encontradas foram que 36,3% deixaram de ir por não possuir queixa, 19,8% estavam com medo de se contaminar com o SARS-Cov-2 e 18,7% não achavam que procurar ajuda médica no momento era importante.

CONCLUSÃO

O acesso à saúde íntima da mulher foi menor na amostra que depende exclusivamente do SUS. Ficou claro que o principal fator da falta de procura dos serviços de saúde para cuidar da saúde íntima nas mulheres sergipanas, foi não possuir queixas, em ambas as populações comparadas. Ademais, fica notório com os dados expostos acima, que a pandemia da COVID-19 teve impacto negativo na busca por ajuda médica, sendo o terceiro motivo de não comparecimento nas consultas.

PALAVRAS-CHAVE

Saúde da mulher; pandemias; COVID-19.

Área

GINECOLOGIA - Epidemiologia

Autores

Juliana Pereira de Lucena Menezes, Rebecca Schuster Dorea Leite, Alessandra Vitória de Menezes Nunes, Cássia Fernanda dos Santos Rosa, Carmem Isaura Salles do Nascimento, Joanna Sousa da Fonsêca Santana, Natália Araújo Barreto, Marina de Pádua Nogueira