61º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2023

Dados do Trabalho


TÍTULO

Adequação pré-natal e perfil sociodemográfico de puérperas de um hospital do Norte do Brasil

OBJETIVO

Avaliar a adequação da atenção pré-natal e perfil epidemiológico de puérperas que
tiveram parto em uma maternidade do extremo norte.

MÉTODOS

Trata-se de um estudo de natureza observacional, de caráter transversal e
retrospectivo. Os dados apresentados foram coletados no período de Março a Maio
de 2023 no principal hospital materno-infantil do estado de Roraima. Admitindo-se
10.000 partos/ano na instituição, com nível de confiabilidade de 99% e erro amostral
de 5%, propôs-se amostra de 625 puérperas dentre brasileiras, guianenses e
venezuelanas que tiveram parto na instituição, excluídos abortamentos. Foi realizada
entrevista sociodemográfica e análise da caderneta pré-natal. Os dados foram
tabulados através de aplicativo da plataforma Google® e posteriormente analisados
no programa Excel®. A adequação da Atenção pré-natal foi avaliada pelo Índice de
Kessner modificado. O presente estudo encontra-se em andamento e está registrado
sob o CAAE 66050622.1.0000.5302.

RESULTADOS

Foram entrevistadas 632 puérperas, sendo 73% (462) brasileiras e 27% (170)
venezuelanas. Destas, 97% (614) realizaram pré-natal. A maioria delas (84%) (532)
era de cor preta ou parda; 13% (81) eram adolescentes e 12% (74) apresentavam 35
anos de idade ou mais. 68% encontrava-se fora do mercado de trabalho, 34% (213)
referiram renda familiar abaixo de 1 salário mínimo e 52% (331) até 2 salários. Quanto
a escolaridade, observou-se que 42% (259) tinham menos de 12 anos de estudo, 50%
(319) de 12 a 15 anos e 9% (54) de 16 ou mais anos de estudo. Considerando-se
como adequado o pré-natal iniciado até as 12 semanas de gestação e o mínimo de 6
consultas, temos: 57% (350) adequados, 34% (210) intermediários e 9% (54)
inadequados, dentre venezuelanas a adequação cai para 36% (57). A renda familiar
superior a 2 salários mínimos traduz-se em uma taxa de adequação de 70% (61), em
contraste com 46% (95) quando inferior a um salário mínimo. Quanto ao nível de
escolaridade, observa-se pré-natal adequado para 79% (43) daquelas com 16 ou
mais anos de estudo, 61% (191) com 12 a 15 anos, 50% (91) com 8 a 11 anos e 13%
(30) para as puérperas com 4 a 7 anos de estudo.

CONCLUSÃO

Observou-se uma alta prevalência da assistência pré-natal entre as puérperas,
todavia, a adequação do cuidado permanece baixa, sendo influenciada pela renda
familiar média e nível de escolaridade. Ademais, infere-se a limitação da análise por
basear-se em variáveis de utilização assistência e não da qualidade do cuidado, sendo necessários estudos complementares.

PALAVRAS-CHAVE

Avaliação da Qualidade dos Cuidados de Saúde; Cuidado Pré-Natal;
Gestação

Área

OBSTETRÍCIA - Atenção Primária

Autores

FERNANDA PACHECO DE SOUZA, ERISNARA FERREIRA DOS SANTOS COSTA, Wiarla Gabriela Nunes Santos, Letícia Freitas Fontinele , Vinícius da Costa Faustino, Gleuber Henrique Marques de Oliveira, Ana Iara Costa Ferreira, Cynthia Dantas de Macedo Lins