61º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2023

Dados do Trabalho


TÍTULO

PERCEPÇÃO ACERCA DA VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA DE MÃES ATENDIDAS EM UM CENTRO DE SAÚDE ESCOLA

OBJETIVO

O estudo visou identificar atos violentos durante a assistência obstétrica, bem como os conhecimentos e a percepção acerca da violência obstétrica, sofridos pelas mães atendidas em um Centro de Saúde Escola.

MÉTODOS

A pesquisa foi de caráter observacional, descritivo, seccional e quantitativo, realizada no período de Novembro a Dezembro de 2019, com 123 mães entrevistadas após consulta de puericultura de seus filhos na unidade de saúde, utilizando protocolo modificado para a coleta de dados, baseado nos questionários utilizados por VIEIRA e APOLINÁRIO (2017) e por MOURA (2014) em suas pesquisas. O questionário incluiu dados que possibilitaram a caracterização da população alvo, questões sobre a história obstétrica e sobre a assistência ao pré natal e parto. Para organização e análise dos dados coletados, foram utilizados os softwares Microsoft Excel 2013 e Microsoft Word 2013.

RESULTADOS

Verificou-se que a maioria das participantes eram pardas, com média de idade 29,41 anos, casadas, com ensino médio completo, donas de casa, possuindo em sua maioria 2 filhos. Ademais, 55,78% dos partos foram cesáreas, apesar de 62,5% mencionarem preferência pelo parto vaginal; e que, dentre as que preferiam cesárea, 51,2 % referiram como principal motivo da escolha o medo da dor. Entre as mulheres que evoluíram para parto normal, 30% foram submetidas a episiotomia, 26,83% ao Kristeller, 90,4% não puderam escolher a posição para parir e 77% relatam não ter conversado com algum profissional de saúde sobre suas preferências para o parto. Ademais, uma parte considerável de entrevistadas disseram que os profissionais de saúde que lhe assistiam não se identificaram (32,52%) e 35% das mulheres não era chamada pelo seu nome durante todos os procedimentos

CONCLUSÃO

A violência obstétrica foi frequente entre as entrevistadas. Percebeu-se um baixo conhecimento sobre o assunto pelas entrevistadas e que muitas das ações por elas vivenciadas e relatadas nesta pesquisa não foram compreendidas como atos violentos, haja vista que 74,5% das usuárias não perceberam nenhum tipo de violência no parto.

PALAVRAS-CHAVE

Violência obstétrica; Assistência ao parto; Parto humanizado; Violência contra a mulher

Área

OBSTETRÍCIA - Assistência ao trabalho de parto e suas fases clínicas

Autores

Marina Ferreira Hermes, Dávila Arruda Tavares, Lorena Reis Pereira, Sthefany Souza da Silva, Vitória Nazaré Moreira Gomes, Taísa Andrade Pereira Dutra, Celyne Agrassar da Silva