61º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2023

Dados do Trabalho


TÍTULO

O desfecho gestacional em mulheres com hiperprolactinemia difere segundo o tipo de tratamento? Uma coorte retrospectiva

OBJETIVO

Avaliar os desfechos obstétricos de mulheres com hiperprolactinemia de acordo com o tipo de tratamento.

MÉTODOS

Estudo de coorte retrospectivo com 464 mulheres com diagnóstico de hiperprolactinemia acompanhadas no ambulatório de ginecologia endócrina de um hospital terciário no período de maio de 2002 até fevereiro de 2022. Foram incluídas todas as mulheres com diagnóstico de hiperprolactinemia que estavam em tratamento com agonista dopaminérgico (cabergolina ou bromocriptina) e que engravidaram durante o acompanhamento. Foram excluídas as mulheres cujos prontuários não apresentaram os dados relacionados à gestação e ao parto. As mulheres foram divididas em 2 grupos segundo o tipo de tratamento: bromocriptina ou cabergolina. Foram avaliadas as características clínicas, laboratoriais e desfecho obstétrico, como complicações ao longo do pré-natal, tipo de parto, complicações intra-parto em ambos os grupos.

RESULTADOS

Das 464 mulheres avaliadas, 72 engravidaram durante o acompanhamento e destas 66 estavam em uso de agonistas dopaminérgicos (36 bromocriptina e 30 cabergolina) e 6 não faziam uso de medicação. A média etária das mulheres foi de 28,3±6,8 anos. Dentre as causas de hiperprolactinemia, 48,6% era idiopática, 45,7% tumoral e 3,7% outras causas. A maioria das mulheres com hiperprolactinemia idiopática fizeram uso de bromocriptina (70,0%), enquanto que as com hiperprolactinemia tumoral de cabergolina (59,3%) (p=0,04). Não houve diferença nos desfechos obstétricos (tipo parto, idade gestacional ao nascimento, peso ao nascimento, Apgar) de acordo com o tipo de tratamento utilizado. A maioria das mulheres não apresentaram qualquer complicação no pré-natal (76,3%) ou no intraparto (86,8%).

CONCLUSÃO

A hiperprolactinemia, independente do tipo de tratamento medicamentoso com agonista dopaminérgico prévio à gestação, não altera os desfechos obstétricos.

PALAVRAS-CHAVE

Hiperprolactinemia; Gestação; Cabergolin; Bromocriptina

Área

GINECOLOGIA - Endocrinologia Ginecológica

Autores

Amanda Carvalho Santos, Renan Nakamura, Isabela Cesar Corazza, Beatriz Cipriano Ribas, Pedro Henrique Rosa Silva, Bianca Netto Mota, Daniela Angerame Yela