61º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2023

Dados do Trabalho


TÍTULO

CONDUTAS CIRÚRGICAS EM MULHERES EM ABORTAMENTO: Avaliação epidemiológica e terapêutica em um hospital de referência materno-infantil

OBJETIVO

Analisar prontuários de mulheres admitidas em uma unidade materno-infantil para realização de procedimento cirúrgico devido à abortamento com a finalidade de quantificá-los, avaliar suas indicações e intercorrências pós-cirúrgicas. Como objetivos secundários, identificar os perfis clínico e epidemiológico.

MÉTODOS

Projeto original, transversal e retrospectivo cujo os objetos de estudo foram os prontuários de mulheres com até vinte e duas semanas de gestação admitidas na urgência obstétrica da unidade materno-infantil para realização de procedimento cirúrgico devido à abortamento, no período de julho de 2018 à junho de 2019. Foram excluídas as ameaças de abortamento, os abortamentos completos, prévio diagnóstico de gravidez molar e ectópica, e pacientes sem confirmação gestacional. A amostra constituiu-se de 344 pacientes, cujo N amostral foi obtido através de técnica do cálculo do tamanho da amostra de uma população finita. Os dados foram coletados com a finalidade de avaliar quais procedimentos cirúrgicos realizados, suas indicações e intercorrências pós-cirúrgicas, além de descrever o perfil epidemiológico dessas pacientes.

RESULTADOS

Na avaliação da amostra foram analisados a indicação para realização do aborto e qual o método utilizado para realizar o procedimento. O abortamento incompleto foi a causa de maior proporção (46.2% - n=159), seguido pelo abortamento retido (27,9% - n=96), abortamento por razões médicas e legais (17,4% - n=60) e em menor frequência o abortamento infectado (1.7% - n=6). As mulheres, em sua grande maioria, passaram por aspiração manual intrauterina (57.6% - n=198) ou curetagem (35.8% - n=123), e em menor freqüência (6,7% - n=23) foram submetida a associação de procedimentos cirúrgicos ou associação de medicamentos e procedimento cirúrgico. Após a realização do procedimento cirúrgico, as mulheres que evoluíram sem intercorrências (94,8% - n = 344) estiveram na maior proporção. Apenas 1,2% das mulheres (n=4) necessitaram de transfusão sanguínea.

CONCLUSÃO

A aspiração manual intrauterina (AMIU) foi a técnica mais adotada, sendo mais frequente a indicação por abortamento incompleto e sem intercorrências pós-cirúrgicas. Quanto ao perfil clínico e epidemiológico, houve maior prevalência de mulheres adultas, secundigestas, encaminhadas de centro urbano, no primeiro trimestre gestacional e sem histórico de aborto anterior que apresentaram sangramentos de intensidade discreta, sem necessidade de transfusão ou internação prolongada.

PALAVRAS-CHAVE

miscarriage; manual vacuum aspiration; curettage

Área

OBSTETRÍCIA - Intercorrências cirúrgicas na gestação

Autores

Luagna Da Silva Aguiar Anselmo, Alana Nassar Maia, Celyne Agrassar da Silva