61º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2023

Dados do Trabalho


TÍTULO

O Uso de Analgesia Intraparto e Seus Desfechos Obstétricos: Uma Revisão Sistemática

OBJETIVO

Analisar e investigar o uso de analgesia intraparto e seus desfechos obstétricos, uma vez que essa prática pode gerar repercussões significativas no organismo da parturiente e de seu filho.

FONTE DE DADOS

Durante maio e junho de 2023, foram analisados ensaios clínicos controlados e randomizados, dos últimos 5 anos, em humanos, nas bases de dados MedLine e SciELO. A busca pelos descritores e termos utilizados foi feita no DECs e os descritores utilizados foram: Analgesia obstétrica, Dor do parto, Trabalho de Parto, e suas derivações.

SELEÇÃO DE ESTUDOS

Foram incluídos estudos com mulheres em trabalho de parto que fizeram uso de analgesia. Foram excluídos estudos com métodos mal descritos e publicações que não estavam diretamente relacionados ao objetivo. Esta revisão sistemática seguiu as diretrizes PRISMA. Inicialmente foram encontrados 439 estudos no MedLine e 45 artigos na SciELO, após aplicação dos critérios de inclusão e exclusão, foram lidos na íntegra 26 artigos, onde 8 fizeram parte do escopo e análise final.

COLETA E ANÁLISE DE DADOS

Estabeleceu-se o objetivo supracitado e aplicou-se os critérios de inclusão e exclusão. Após leitura dos artigos, foram selecionados aqueles que continham desfechos obstétricos estritamente relacionados ao uso de analgesia intraparto.

SÍNTESE DE DADOS

Felisbino-Mendes et. al (2017) revelou um prolongamento na duração do parto nas mulheres que receberam analgesia em comparação com as que não receberam, além de aumentar o risco do parto instrumentalizado (p<0,0001), sendo esta 5x maior em gestações de alto risco. De acordo com Silva et. al (2020), o uso de analgesia triplicou a chance de recém-nascidos com Apgar menor que 7 no primeiro minuto, mesmo após ajuste para idade materna, idade gestacional e número de partos anteriores (OR ajustado = 2,80, IC 95% 1,52-5,17). No artigo de Yao et. al (2022), que comparou o uso de analgesia epidural e analgesia combinada raqui-peridural, demonstrou-se que houve elevação da temperatura materna durante o trabalho de parto (P  = 0,034), todavia, em Fan et. al (2019) o bolus peridural intermitente programado reduziu a incidência de febre intraparto.

CONCLUSÃO

O Uso de analgesia intraparto é um direito das parturientes no SUS, todavia, essa provoca alterações no desfecho do parto, prolongando sua duração e aumentando a chance de instrumentalização. Além disso, a analgesia está relacionada com a diminuição do Apgar dos neonatos no primeiro minuto e elevação da temperatura materna, de modo a corroborar para a instalação de febre intraparto.

PALAVRAS-CHAVE

Analgesia Obstétrica; Dor do parto; Trabalho de Parto.

Área

OBSTETRÍCIA - Assistência ao trabalho de parto e suas fases clínicas

Autores

Maria Rita Vieira Valverde, Maria Eduarda Guida de Queiroz Andrade, Thamires Rodrigues de Paiva, Josequeli Maria Goulart Oliveira, Brenda Pereira da Costa, Beatriz Maziero Alvim Cerqueira, Kaio Alves Felipe, Leonardo Pandolfi Caliman