Dados do Trabalho

TÍTULO

FATORES ASSOCIADOS À SÍNDROME RESPIRATÓRIA AGUDA GRAVE EM GESTANTES ACOMETIDAS PELA COVID-19: UM ESTUDO DE COORTE

OBJETIVO

Analisar os fatores associados à Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em gestantes e puérperas acometidas pela COVID-19, atendidas em centros de referências do Nordeste do Brasil.

MÉTODOS

Trata-se de um estudo de coorte ambidirecional incluindo gestantes e puérperas com PCR positivo para COVID-19, atendidas em oito centros de referência localizados na região Nordeste do Brasil, entre abril de 2020 e dezembro de 2021. A análise estatística foi realizada no programa Epi-Info 7.2.5 e no Medcalc versão 20.112.

RESULTADOS

O estudo incluiu 611 pacientes que testaram positivo para COVID-19. Destas, 489 eram gestantes e 113 eram puérperas. Critérios de SRAG estiveram presentes em 215 pacientes (35,2%). As variáveis que persistiram associadas à SRAG foram sobrepeso e/ou obesidade (ORa=1,95; IC95%=1,21-3,12; p=0,0054), dois ou mais partos (ORa=1,72; IC 95%=1,21-2,45; p=0,0025), idade gestacional (IG) menor de 34 semanas (ORa=3,54; IC95%=2,47-5,07; p<0,0001) e duração dos sintomas maior que sete dias (ORa=1,97; IC95%=1,35-2,89; p=0,0004). A presença de SRAG associada à COVID-19 aumentou a chance de se utilizar oxigenioterapia (RR=8,80; IC95%=6,25-12,40 p=0,0000), ventilação mecânica (RR=8,15; IC95%=4,67-14,21; p=0,0000), admissão em UTI (RR=6,54; IC95%=4,70-9,11; p=0,0000), near miss materno (RR=10,82; IC95%=1,20-22,47; p=0,0000) e morte materna (RR=8,12; IC95%=3,11-21,09; p=0,0000).

CONCLUSÃO

Em pacientes com COVID-19, a paridade maior ou igual a dois, sobrepeso ou obesidade, IG menor que 34 semanas e duração dos sintomas superior a sete dias aumentaram o risco de SRAG. A taxa de cesarianas, a necessidade de oxigenioterapia e a ventilação mecânica foram mais elevadas em pacientes com SRAG.

PALAVRAS-CHAVE

COVID-19; SARS-CoV-2; síndrome respiratória aguda grave; gravidez