61º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2023

Dados do Trabalho


TÍTULO

SÍNDROME HELLP EM PUÉRPERA EM UM HOSPITAL DO INTERIOR DO MATO GROSSO: RELATO DE CASO

CONTEXTO

Dentre as síndromes hipertensivas da gestação, a Síndrome HELLP ganha notoriedade por se
apresentar como emergência obstétrica e requerer uma abordagem imediata. Atinge de 0,2% a
0,6% das gestações e cursa com elevada morbimortalidade materna e fetal, estima-se a
mortalidade materna em até 24% dos casos.

DESCRIÇÃO DO(S) CASO(S) ou da SÉRIE DE CASOS

C.S.G.D.O., 20 anos, primigesta, 32s1d, admitida por elevação pressórica. Durante internação
estabelecido diagnóstico de pré eclampsia (proteinúria de 24h: 2.204 mg/24h) e crescimento
intrauterino restrito. Evoluiu com descolamento prematuro de placenta no terceiro dia, portanto
fora realizada cesárea. Nasceu RN do sexo masculino, apgar 1/8, encaminhado a unidade de
terapia intensiva (UTI) neonatal. No primeiro dia do puerpério, a paciente apresentou alteração
laboratorial compatível com síndrome HELLP (BT 1,3 mg/dL; TGO 261,2 U/L; TGP 264,7 U/L;
Plaquetas 97.000 mm³; LDH 605 U/L; creatinina 1,21 mg/dL) e sempre em vigência de altos
níveis pressóricos mesmo em uso de anti-hipertensivo. No segundo dia pós cesárea paciente
evoluiu com trombose venosa de veia femoral esquerda. No terceiro dia apresentou síndrome
edemigênica com aparecimento de edema de vulva importante, derrame pleural bilateral, ascite e
sinal de Grey-Turner em flanco esquerdo decorrente de uma pancreatite hemorrágica. Foi
admitida na UTI e foi necessário realização de reposição endovenosa de albumina. Apresentou
boa evolução, melhora laboratorial e recebeu alta hospitalar no décimo dia pós cesárea.

COMENTÁRIOS

Estima-se que 8% das gestantes com pré-eclâmpsia desenvolvem a síndrome HELLP. A mesma
se dá por disfunção hepática, plaquetopenia e hemólise, com maior incidência ante parto. Contudo
quando diagnosticada em até 48 horas pós-parto, o risco de morbimortalidade materna aumenta
devido a complicações: edema pulmonar, coagulação intravascular disseminada e hematoma
hepático subcapsular. As primeiras 72 horas do período pós-parto são extremamente críticas, com
piora acentuada caso a via de parto tenha sido cesariana, em vista da possibilidade de piora da
situação materna decorrente do consumo de plaquetas e de fatores de coagulação. Devido a
sintomatologia inespecífica, e difícil manejo, é necessária uma abordagem precoce para melhor
prognóstico. A taxa de recorrência é de aproximadamente 4%, por isso é fundamental orientar a
paciente sobre riscos futuros e possibilidade de recorrência.

PALAVRAS-CHAVE

Alto Risco; HELLP; Pré-ecampsia

Área

OBSTETRÍCIA - Puerpério normal e patológico

Autores

Larissa Kayolana Corrêa da Costa Catelan, Amanda Roepke Tiedje, Amália de Campos Gonçalves