61º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2023

Dados do Trabalho


TÍTULO

Hiperprolactinemia por macroprolactinoma de hipófise: um relato de caso

CONTEXTO

A hiperprolactinemia tem grande importância clínica no ambulatório de ginecologia, quando sintomática traz queixas que devem ser devidamente investigadas. A entidade clínica é classificada entre fisiológica, em decorrência do período gravídico-puerperal, medicamentosa quando causada por agentes exógenos como por exemplo estrogênios e drogas de ação central - como antipsicóticos e as patológicas como por dano hipofisário ou por doenças sistêmicas como hipotireoidismo, insuficiências hepáticas, dentre outras.
Na apresentação clínica, as principais queixas são galactorreia, irregularidade menstrual e infertilidade. Em relação à etiologia, os tumores benignos da hipófise são a principal causa de hiperprolactinemia patológica e apresentam dosagem de prolactina basal elevada (>100ng/mL) além de FSH e LH geralmente inibidos. Já quanto ao tamanho, esses tumores são divididos em: microprolactinoma se menor que 10mm e macroprolactinoma quando igual ou acima de 10mm.

DESCRIÇÃO DO(S) CASO(S) ou da SÉRIE DE CASOS

Feminino, 29 anos, casada, nuligesta, com menarca aos 15 anos e inicialmente apresentava ciclos regulares com intervalo de cerca de 30 dias e duração de 5 dias com fluxo moderado. Queixa de irregularidade menstrual com ciclos prolagados há cerca de dois anos associado ao aparecimento de galactorreia neste mesmo período. Nega uso de método anticoncepcional.
Nos exames de laboratório apresentou dosagem de prolactina basal 123,9 ng/mL (no terceiro dia do ciclo) e TSH 2,22 mU/L e demais exames da rotina sem alterações. Nos exames de imagem apresenta morfologia de útero e ovários sem alterações. Durante anamnese paciente negou uso contínuo de anticonvulsivantes, anti hipertensivos, medicações gastrointestinais (metoclopramida, domperidona), opioides/antagonistas opioides e outras drogas antidopaminérgicas.
Prosseguindo a investigação realizou Ressonância Magnética de Hipófise, Imagem de aspecto cístico, localizado na região da pineal, medindo 1,4 x 0,9 x 0,9 cm. Sem deformidade compressiva significativa ou distorção do aqueduto cerebral, sendo compatível com macroprolactinoma, neste caso com repercussão clínica.

COMENTÁRIOS

Em relação ao tratamento, foi instituído o uso de um agonista dopaminérgico, a cabergolina na dose de 0,5 mg duas vezes na semana por 90 dias, com intuito de obter redução da prolactinemia, diminuição dos sintomas, resolução do hipoestrogenismo, restabelecimento da função gonadal e da fertilidade. Assim, o seguimento destes casos têm grande impacto na qualidade de vida das pacientes acometidas.

PALAVRAS-CHAVE

Prolactinoma; Hiperprolactinemia; Galactorreia; Infertilidade.

Área

GINECOLOGIA - Endocrinologia Ginecológica

Autores

Melissa Gomes Lins, Gabriela Selke Alves, Gioavana da Gama Fortunato, Carol Ele Sawitzki