61º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2023

Dados do Trabalho


TÍTULO

CARACTERIZAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA DA SÍFILIS CONGÊNITA NO BRASIL ENTRE OS ANOS DE 2015 A 2017

OBJETIVO

O objetivo do presente estudo é identificar e analisar o perfil epidemiológico da Sífilis Congênita no território brasileiro, no período de 2015 a 2017.

MÉTODOS

O presente artigo trata-se de um estudo epidemiológico retrospectivo, de caráter descritivo, sobre casos de sífilis congênita no Brasil e nas regiões, com dados obtidos do SINAN entre 2015 e 2017. As variáveis de interesse foram: faixa etária do recém-nascido, sexo, raça/cor, região, escolaridade e faixa etária materna, realização do pré-natal, sífilis materna, tratamento do parceiro, classificação final e evolução dos casos. A análise dos dados obtidos através desta busca direta foi realizada com o auxílio do programa Microsoft Excel, por meio do qual foi feita a tabulação dos dados e a confecção de tabelas. Os dados estão apresentados em número absoluto e proporção das variáveis consideradas de interesse.

RESULTADOS

Verificou-se que no período de 2015 a 2017 foram registrados 65.873 casos de sífilis congênita. Durante o período avaliado houve um crescimento nos números de casos. Ademais, observou-se que a maior taxa de prevalência foi na região sudeste (43%). Houve um ligeiro predomínio no sexo feminino e, para a variável faixa etária do recém-nascido, a maioria foi representada pela população com idade de até 6 dias (95%). A maior parte das genitoras acometidas tem entre 20 a 24 anos (32,9%). Em todos os anos, houve predomínio da raça parda (50,1%) e, a maioria das notificações quanto a escolaridade materna foi ignorada ou respondida em branco, seguido pelas que possuíam ensino fundamental incompleto (24%). A maioria das genitoras realizou pré-natal e foi diagnosticada com sífilis durante a realização deste. Na variável tratamento do parceiro, houve uma predominância nos casos de não tratamento (62%). De acordo com a classificação final, a predominância dos casos foi de sífilis congênita recente (93%). E, por fim, no que tange à evolução da doença, observou-se que a maioria foi de recém-nascidos vivos (86,8%).

CONCLUSÃO

Os resultados deste estudo destacam uma elevada taxa de ocorrência de sífilis congênita no país. No entanto, é crucial ressaltar as limitações dos dados apresentados, devido à subnotificação significativa. Portanto, é fundamental estruturar e implementar ações para controlar essa doença, voltadas para a saúde da mulher, do parceiro e do concepto. Também é essencial que sejam priorizadas iniciativas voltadas para uma abordagem epidemiológica eficaz, para melhorar a notificação da doença.

PALAVRAS-CHAVE

Sífilis congênita, saúde da mulher, epidemiologia.

Área

OBSTETRÍCIA - Doenças infecciosas na gestação

Autores

Isabela Silva Slongo, Lilian Greice de Castro Tosto, Maria Clara Passos Melo, Rafaela Varjão Dias, Thalia Castro Souza, Laíse Mota Torres, Gabriel Oliveira Schindler Coutinho, Enzo Prates Garavito Salini