61º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2023

Dados do Trabalho


TÍTULO

Repercussões fetais do uso de Cannabis durante a gestação

OBJETIVO

Elucidar e contextualizar o uso da cannabis durante a gestação e seus impactos para a saúde do feto.

FONTE DE DADOS

Revisão sistemática da literatura, com busca na plataforma PubMed de artigos publicados nos últimos 6 anos, em língua inglesa e portuguesa.

SELEÇÃO DE ESTUDOS

Os descritores utilizados foram: "cannabis”, “pregnancy” e “fetal development”. Foram encontrados 133 artigos ao final, incluindo revisões sistemáticas e relatos de caso.

COLETA E ANÁLISE DE DADOS

De 133 artigos encontrados, foram eliminados 130 por não abordarem todos os descritores simultaneamente. Sendo selecionados apenas 3 artigos, incluídos estudos atuais, do ano de 2018 a 2020, em inglês.

SÍNTESE DE DADOS

A Cannabis é uma planta composta por canabinóides, sendo os mais conhecidos o delta-9-tetrahidrocanabinol (THC), composto psicoativo da cannabis, e o canabidiol (CBD), substância estudada por suas potenciais propriedades terapêuticas. Segundo Badowski (2020), durante a gestação, algumas mulheres consomem a cannabis de forma rotineira, relatando ajudar em sintomas como enjoos, falta de apetite, ansiedade e insônia, comuns na gravidez. Um estudo realizado nos Estados Unidos, com coleta de dados entre 2002 e 2014, revelou que 7,5% das gestantes entre 18 e 25 anos fazem uso de cannabis. O uso de cannabis pode causar alterações neuroanatômicas e neuroquímicas no cérebro do feto, mas o mecanismo é pouco conhecido. De acordo com Grant (2018), sabe-se que existem receptores canabinóides na placenta, que aparecem no cérebro do feto por volta da 14ª semana de gestação. Existe uma alta quantidade de tais receptores no lobo frontal e no cerebelo, o que pode estar associado a alterações de humor, comportamento, transtornos afetivos, sintomas depressivos e Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade. Roncero (2020) elucida que é difícil detalhar as repercussões fetais do uso de cannabis durante a gestação, visto que os atuais estudos divergem quanto aos resultados. A coleta de dados também é um processo prejudicado, já que o uso de cannabis durante a gravidez, apesar de comum, é subnotificado e sub detectado.

CONCLUSÃO

Com a análise dos artigos, percebe-se que o uso de cannabis na gestação é algo comum, mas carece de estudos a respeito de suas repercussões fetais. Encorajar mulheres a se abster do uso durante a gestação é um bom aconselhamento para evitar possíveis repercussões.

PALAVRAS-CHAVE

Cannabis; Gravidez; Desenvolvimento fetal.

Área

OBSTETRÍCIA - Medicina fetal

Autores

Giovanna Martins Romão Rezende, Ana Paula Ferreira Marques, Júlia Martimiano Cardozo, Nicole Messenberg Guimarães Miller, Natália Vargas do Nascimento, Débora de Freitas Britto Rêgo, Larissa de Araújo Rezende, Demétrio Antônio Gonçalves da Silva Gomes