61º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2023

Dados do Trabalho


TÍTULO

O EFEITO DO EXCESSO DE PESO NA GESTAÇÃO: UMA ANÁLISE PROSPECTIVA EM HOSPITAL PÚBLICO DE PORTO ALEGRE

OBJETIVO

Avaliar o impacto do índice de massa corporal (IMC) do início do pré-natal nos desfechos perinatais.

MÉTODOS

Estudo transversal prospectivo em hospital público municipal de janeiro a novembro de 2022, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa local (CEP) CAAE 53225121.7.0000.5329. Um total de 290 pacientes foram incluídas e divididas conforme o IMC do início da gestação: grupo 1 IMC<25 (n=103); grupo 2 IMC=25-29,9 (n=86); grupo 3 IMC≥30 (n=101). Foi estimado o tamanho amostral mínimo de 164 pacientes, considerando poder 80% e alfa 5%. Realizados testes Kruskal-Wallis, teste T, Qui-quadrado e teste de associação linear de acordo com distribuição das variáveis, apresentadas como média±desvio padrão e n(%), considerando p<0,05

RESULTADOS

Comparando os grupos 1, 2 e 3 os resultados encontrados foram, respectivamente: idade materna (26,8 ± 11,4 vs. 29,5 ± 18,8 vs. 28,8 ± 11,2, p=0,110); ganho de peso (12,6 ± 5,3 vs. 13 ± 10,2 vs. 8,1 ± 6, p=0,033); tabagismo (51% vs. 12,2% vs. 36,7%, p=0,006); acompanhamento em pré natal de alto risco (30% vs. 30,5% vs. 34,1%, p=0,704), número de consultas de pré natal (9,3 ± 3,2 vs. 10,1 ± 3,9 vs. 9,3 ± 3,6, p=0,407); diabetes (26,5% vs. 26,4% vs. 48,5%, p=0,020); doença hipertensiva gestacional/pré eclampsia (26,5% vs. 17,1% vs. 56,2%, p<0,001); indução de trabalho de parto (32% vs. 32% vs. 35,8%, p=0,836); taxa de cesariana (23,1% vs. 36,1% vs. 40,7%, p=0,003); macrossomia (15,3% vs. 23% vs. 61,5%, p=0,040); prematuridade (48,4% vs. 18,1% vs. 33,3%, p=0,179); recém-nascido grande para idade gestacional (RN GIG) (25,4% vs. 25,4% vs. 49,1%, p=0,023); intercorrências neonatais (36,3% vs. 28,7% vs. 34,8%,p=0,981). Ainda, foi observado um maior peso de nascimento quanto maior o IMC inicial em uma correlação linear significativa (p<0,001).

CONCLUSÃO

Os resultados deste estudos evidenciaram que, mesmo com um menor ganho de peso durante a gestação, as pacientes com maior IMC inicial foram associadas a maior incidência de doenças como a diabetes gestacional, doenças hipertensivas da gestação/pré-eclâmpsia, desfecho gestacional por cesarianas, além de maior proporção de RNs macrossômicos e GIGs. Desta forma, perder peso antes de engravidar parece ser a medida mais eficaz para evitar desfechos maternos e fetais desfavoráveis.

PALAVRAS-CHAVE

Gravidez alto risco; Obesidade; Índice de massa corporal ; Cuidado Pré-Natal

Área

OBSTETRÍCIA - Estratificação de risco em Obstetrícia

Autores

Amanda Denti Favero, Victória Campos Dornelles, Julia Rossetto Dallanora, Alice Corso Enet, Laura Confortin Bonafé, Romana Dall'Agnese, Fabiane Remus, José Luiz Luiz Petersen Krahe