61º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2023

Dados do Trabalho


TÍTULO

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA MORTALIDADE MATERNA POR SÍNDROMES HIPERTENSIVAS GESTACIONAIS NA BAHIA DURANTE O PERÍODO DE 2017 a 2021.

OBJETIVO

Descrever o perfil epidemiológico de mortalidade decorrente de doenças hipertensivas gestacionais na Bahia entre 2017 e 2021.

MÉTODOS

Trata-se de um estudo ecológico de caráter descritivo cujos dados foram obtidos no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), disponibilizado no DATASUS. Foram analisados o número de óbitos maternos imediatos e tardios no período de 2017 a 2021, utilizando como variáveis idade materna na data do parto, raça, causa de morte de acordo com o CID-10, estado civil, ano da ocorrência e a microrregião do IBGE onde aconteceu o óbito.

RESULTADOS

Entre 2017 e 2021, foram registrados 705 óbitos maternos na Bahia, dos quais 149 decorreram de Síndromes Hipertensivas Gestacionais (21%), sendo estes todos óbitos imediatos e 63 (42,2%), consequência de eclampsia. O ano de 2020 foi responsável pela maior taxa de mortalidade materna por SHG, com 1,98 óbitos/100.000 nascidos vivos, seguido dos anos de 2019 e 2021, com 1,64 óbitos/100.000 nascidos vivos ambos, sendo Salvador a microrregião com maior número de óbitos, com 28 ocorrências (18,8%). No que tange à faixa etária, mulheres entre 30 a 39 corresponderam a 44,3% dos casos de óbitos maternos, sequenciadas por mulheres entre 20 a 29 anos, com 29,5%. Em relação à cor/raça, às mulheres pardas couberam 89 ocorrências (59,7%), sendo mulheres pretas a segunda parcela mais atingida (22,1%), variável que diverge do restante do Brasil, no qual as mulheres brancas se enquadram como o segundo perfil mais recorrente. No que diz respeito à escolaridade, 8 a 11 anos de estudo foram os mais prevalentes, com 57 ocorrências (38,3%) e em relação ao estado civil, o predomínio pairou sobre as mulheres solteiras, com 52 óbitos (34,89%).

CONCLUSÃO

As síndromes hipertensivas gestacionais representam um grande problema de saúde pública na Bahia, considerando a grande mortalidade materna associada a ela. Dentre os perfis analisados, mulheres pardas, solteiras, entre 30 e 39 anos, com 8 a 11 anos de estudo e residentes de Salvador foram predominantes no número de óbitos. Dessa forma, é preciso a realização de políticas públicas eficientes e voltadas ao perfil dessas pacientes para prover uma assistência pré, peri e pós-natal adequada, a fim de reduzir a ocorrência de óbitos maternos.

PALAVRAS-CHAVE

mortalidade materna; hipertensão gestacional; pré-eclâmpsia; eclampsia.

Área

OBSTETRÍCIA - Epidemiologia das doenças gestacionais

Autores

Fernanda Lima Barbosa Ribeiro, Larissa Waltrick da Silva, Rafael Nogueira Conti Burgos, Victória de Souza Guimarães Matos, Márcia Sacramento Cunha Machado