61º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2023

Dados do Trabalho


TÍTULO

CARACTERIZAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA DA SÍFILIS CONGÊNITA NO BRASIL ENTRE OS ANOS DE 2018 A 2020

OBJETIVO

O objetivo do presente estudo é identificar e analisar o perfil epidemiológico da Sífilis Congênita no território brasileiro, no período de 2018 a 2020.

MÉTODOS

O presente artigo se trata de um estudo epidemiológico, retrospectivo, de caráter descritivo, sobre casos de Sífilis Congênita no Brasil e regiões, com dados obtidos do SINAN, entre 2018 e 2020. As variáveis de interesse foram: faixa etária do recém-nascido, sexo, raça/cor, região, escolaridade e faixa etária materna, realização do pré-natal, sífilis materna, tratamento do parceiro e evolução dos casos. A análise dos dados obtidos foi realizada com o auxílio do programa Microsoft Excel e tabulados em tabelas. Os dados estão apresentados em número absoluto e proporção das variáveis consideradas de interesse.

RESULTADOS

Verificou-se que no período de 2018 a 2020 foram registrados 73.142 casos de sífilis congênita. Durante esse período, o ano de 2018 foi responsável pela maioria dos números de casos, sendo prosseguido por uma queda até o ano de 2020. Além disso, observou-se uma maior taxa de prevalência na região sudeste (44% dos casos). Houve um ligeiro predomínio no sexo feminino e, para a variável faixa etária do bebê, a maioria foi representada pela população com idade de até 6 dias (94,8%). A maioria das genitoras acometidas tem entre 20 a 24 anos (34%). Observou-se que a raça parda foi a mais prevalente (52%), e a maioria das informações sobre a escolaridade materna foi deixada em branco ou ignorada, seguida por aquelas com ensino fundamental incompleto (20%). A maioria das mães realizou o pré-natal e foi diagnosticada com sífilis durante esse período. Verificou-se uma queda na realização do pré-natal do ano 2019 para 2020 e um aumento no número de casos relatados como ignorados ou branco. No que diz respeito ao tratamento do parceiro, a maioria dos casos não recebeu tratamento (51%). E, por fim, no que tange à evolução da doença, observou-se que a maioria foi de recém-nascidos vivos (88%).

CONCLUSÃO

Os resultados deste estudo destacam uma elevada taxa de ocorrência de sífilis congênita no país. No entanto, é crucial ressaltar as limitações dos dados apresentados, devido à subnotificação significativa de casos. Portanto, é fundamental estruturar e implementar ações para controlar essa doença e melhorar sua notificação. A sífilis congênita é uma condição evitável, mas suas consequências são numerosas, especialmente para o feto.

PALAVRAS-CHAVE

Sífilis congênita, saúde da mulher, epidemiologia.

Área

OBSTETRÍCIA - Doenças infecciosas na gestação

Autores

Isabela Silva Slongo, Lilian Greice de Castro Tosto, Maria Clara Passos Melo, Rafaela Varjão Dias, Thalia Castro Souza, Laíse Mota Torres, Gabriel Oliveira Schindler Coutinho, Enzo Prates Garavito Salini