61º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2023

Dados do Trabalho


TÍTULO

LACERAÇÃO PERINEAL PÓS PARTO E OS FATORES DE RISCO ASSOCIADOS

OBJETIVO

Identificar fatores de risco para lacerações perineais em um hospital público municipal no sul do país.

MÉTODOS

Estudo caso controle retrospectivo, submetido e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) local - CAAE 53225121.7.0000.5329, incluindo pacientes que tiveram partos vaginais entre novembro de 2019 a novembro de 2022 em hospital materno infantil público municipal. Foram excluídas gestações gemelares. A amostra total de 4717 pacientes foi dividida em: Grupo 1 - pacientes que apresentaram laceração perineal (n=2146); Grupo 2 - pacientes que não apresentaram laceração (n=2571). Foram realizados os testes T, ANOVA, qui-quadrado e correlação de Pearson de acordo com as variáveis, considerando p<0,05.

RESULTADOS

No total, 1033 episiotomias foram realizadas. Banho terapêutico e bola no trabalho de parto não foi diferente na ocorrência de laceração perineal. Não houve associação entre idade materna e grau de laceração (r=-0,014, p=0,501) e pacientes com idade >35 anos apresentaram menor proporção de laceração perineal comparando os grupos, respectivamente (9,2% vs. 11,7%, p=0,006). Em relação ao peso de nascimento, a macrossomia isoladamente não apresentou associação com a ocorrência de laceração perineal, mas houve associação entre o peso e o grau de laceração perineal: quanto maior o peso, maior o grau de laceração (r=0.065, p=0,002). Nuliparidade foi associada a maior ocorrência de laceração; em multíparas do Grupo 1, houve episiotomia em 2,8% das pacientes vs. 17,2% no Grupo 2. Ademais, observou-se maior ocorrência de parto vaginal sem laceração em indígenas quando comparadas aos outros grupos étnicos (p < 0,001).

CONCLUSÃO

O uso da bola e banho no intraparto não têm impacto na ocorrência de laceração perineal. A macrossomia isolada não repercute em laceração, porém o peso do recém-nascido tem influência sobre o grau da laceração. Faz-se necessário mais estudos para delimitar quais medidas farmacológicas e não farmacológicas têm influência sobre a laceração de períneo durante o parto vaginal para estabelecer novas práticas baseadas em evidências que melhorem o cuidado perineal das parturientes.

PALAVRAS-CHAVE

Parto Normal; Períneo; Episiotomia.

Área

OBSTETRÍCIA - Assistência ao trabalho de parto e suas fases clínicas

Autores

Natália Zart Klafke, Victoria Campos Dornelles, Janaína Costa Canarim , Laura Confortin Bonafé, Julia Ardenghi Gonçalves, Gabriela Dalla Giacomassa Rocha Thomaz, Eduarda Silva, Ana Paula 036.472.830-29