61º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2023

Dados do Trabalho


TÍTULO

ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DOS ÓBITOS HOSPITALARES POR HEMORRAGIA PÓS-PARTO NO BRASIL NOS ANOS DE 2012 A 2022

OBJETIVO

Analisar, segundo características de cor/raça, faixa etária e região do país, o perfil das mulheres que vieram a óbito por hemorragia pós-parto (HPP) nos anos de 2012 a 2022.

MÉTODOS

Foi realizado um estudo descritivo e retrospectivo através do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde do Brasil (DATASUS) e da plataforma TabNet. Os dados foram coletados por meio de seleção do setor Morbidade Hospitalar do SUS, por local de internação e abrangência geográfica de todas as regiões. Em “Linha” foi selecionado “Cor/raça” e, em seguida, “Região” e “Faixa etária 1”, em “Coluna” foi escolhido “Ano de atendimento” e o conteúdo abordado foi “Óbitos”. Optou-se pelo período de 2012 a 2022 para a análise. Foi definida a categoria “Hemorragia pós-parto” na Lista de Morbidades CID-10. Não foi necessária submissão ao Comitê de Ética e Pesquisa, devido ao banco de dados utilizado ser de domínio público.

RESULTADOS

O total registrado de óbitos hospitalares de mulheres por hemorragia pós-parto no Brasil de 2012 a 2022 foi de 256. O ano com maior número absoluto de casos foi 2018 (30) representando um aumento de 50% em relação ao ano de 2012 (20). Contudo, foi observada redução geral da mortalidade entre 2012 e 2022 (19) de aproximadamente 5%. As regiões com maior número de óbitos foram a região Sudeste (109), com 42,57% dos casos, e Nordeste (58), com 22,65%. Já a região com menor quantidade é a Norte, com apenas 15 casos, sendo 5,85% do total. Enquanto as regiões Norte e Nordeste demonstraram um declínio na quantidade de óbitos comparando os anos de 2012 e 2022 de, respectivamente, 300 e 350%, a Sudeste apresentou um aumento de 266%, a Centro-Oeste de 100% e a Sul manteve a quantidade inicial. A cor/raça mais acometida foi a parda (111), representando 43,3% do total, seguida pela branca (78), com 30,4%, preta (16), com 6,25%, amarela (6), com 2,34% e indígena (3), com 1,17%. Não há informações de cor/raça de 42 pacientes. A maioria das mulheres pertencia à faixa etária de 30-39 anos (126), representando 49,21% do total.

CONCLUSÃO

A hemorragia pós-parto, apesar da existência de protocolos para o seu manejo, continua sendo uma causa importante de óbitos maternos no Brasil, tendo, inclusive, apresentado um aumento do número de casos nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, e uma diminuição não tão significativa das mortes no país no período descrito. Desse modo, ainda faz-se necessário o maior treinamento dos profissionais de saúde para a melhoria na assistência às mulheres com essa condição.

PALAVRAS-CHAVE

Hemorragia pós-parto; Parto; Morte materna;

Área

OBSTETRÍCIA - Epidemiologia das doenças gestacionais

Autores

Yasmin da Silveira Cavalcante, Gabriela Ecy Ribeiro Gonçalves Costa Cordeiro, Guarany Montalverne de Arruda