61º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2023

Dados do Trabalho


TÍTULO

MALFORMAÇÃO ARTERIOVENOSA UTERINA EM PACIENTE COM DOENÇA TROFOBLÁSTICA GESTACIONAL: RELATO DE CASO

CONTEXTO

A malformação arteriovenosa uterina é rara e dividida em adquirida ou congênita. As adquiridas são a maioria e podem decorrer da doença trofoblástica gestacional, um grupo heterogêneo de afecções originadas da proliferação anormal do tecido trofoblástico, classificada histologicamente como mola hidatiforme completa ou parcial.

DESCRIÇÃO DO(S) CASO(S) ou da SÉRIE DE CASOS

D.S.S, 30 anos, primigesta. Em 2018, em investigação ambulatorial por amenorreia, após bHCG positivo, fez USG-TV que sugeriu Doença Trofoblástica Gestacional. Foi encaminhada à maternidade de alto risco, para fazer o Método de Aspiração Manual Intrauterina, cujo anatomopatológico mostrou mola completa. Níveis de bHCG eram 137.955 mUI/mL. Após 1 mês, fez curetagem e seguiu com acompanhamento ambulatorial em serviço especializado de Mola Hidatiforme. Após 3 meses de avaliação dos níveis de bHCG, teve aumento de 16.154,9 mUI/mL para 91.162,41 mUI/mL. Assim, foi orientada a iniciar contracepção com enantato de noretisterona e valerato de estradiol. Foi solicitado USG-TV com Doppler, que sugeriu Mola Hidatiforme Invasora. Assim, realizou RM de pelve que mostrou lesão expansiva focal irregular miometrial mal definida, de provável origem neoplásica. A paciente foi encaminhada ao serviço de Oncologia para fazer quimioterapia, iniciando com 9 sessões de metotrexato. Entretanto, paciente manteve níveis elevados de bHCG, alcançando valor de 603,63 mIU/mL, permanecendo com lesão intra-utero por novo exame de RM de pelve. Sendo assim, optou-se por novo esquema de quimioterapia com platina (9 sessões). Após ciclo de QT, solicitou-se novos exames de imagem e a RM de pelve evidenciou útero com áreas heterogêneas com sinal de “flow void” e hipervascular acometendo miométrio do corpo/istmo esquerdo. A USG com Doppler mostrou área heterogênea com sinal de “flow void” e hipervascular, correspondente ao estudo dos shunts arteriovenosos com ectasia dos vasos miometriais, sobretudo na parede anterolateral esquerda da transição corpo/istmo, indicativa de MAVu.

COMENTÁRIOS

Assim, cerca de 10% das molas hidatiformes completas e 5% das parciais evoluem para forma maligna, tornando-se invasiva, frequentemente coriocarcinoma. Nesse viés, o rastreamento para MAVu é rotina após gestação molar, mesmo que resolvida, pois ausência de sangramento vaginal não descarta a condição clínica. Desse modo, MAVu’s podem permanecer em 10-15% dos pacientes após QT e resolução da neoplasia trofoblástica gestacional, podendo ou não ter sangramento vaginal e intraperitoneal.

PALAVRAS-CHAVE

Doença Trofoblástica Gestacional; Mola hidatiforme; Malformação arteriovenosa.

Área

GINECOLOGIA - Oncologia Ginecológica

Autores

Andréa Fortes Carvalho Barreto, Summer Santana Linhares, Marina De Padua Nogueira, Bruna Nogueira Viana, Tiana Nascimento Freire, Júlia Maria Gonçalves Dias, Daniela Siqueira Prado