Dados do Trabalho
TÍTULO
Câncer de mama em mulher submetida a irradiação torácica por câncer na infância: relato de caso
CONTEXTO
O câncer de mama é a neoplasia invasora secundária mais comum em mulheres tratadas de câncer infantil. Esse trabalho visa relatar um caso de câncer de mama secundário a radiação torácica na infância devido a tratamento de linfoma de Hodgkin. Isto posto, visamos destacar as principais etiologias do câncer secundário e assim contribuir nas recomendações de vigilância e diagnóstico precoce dessas pacientes sobreviventes.
DESCRIÇÃO DO(S) CASO(S) ou da SÉRIE DE CASOS
A.R.M.L.R, 42 anos, GIIPIIA0, professora, hipertensa, com história prévia de Linfoma de Hodgkin em pulmão aos 17 anos tendo realizado 4504 Gy doses de radioterapia torácica, fracionado em 24 sessões.
Encaminhada ao ambulatório de Mastologia do hospital escola em Março/23 devido a nódulo em mama. À anamnese, paciente relata ter palpado nódulo em mama esquerda há três meses. Ao exame físico, apresentando nódulo em região retroareolar de mama esquerda, medindo aproximadamente 3 cm, de consistência endurecida e mal delimitado. Sem linfonodomegalias axilar, supra/infraclavicular e cervical. A mesma portava exames complementares em primeira consulta, apresentando em ressonância nódulo irregular espiculado retroareolar medindo 26x24x26mm em mama esquerda BIRADS 5. Solicitada core biopsy cujo laudo histopatológico evidenciou carcinoma ductal invasor, IHQ:HER2 +, estadiamento clínico cT2N0M0.
A paciente foi encaminhada para neoadjuvâcia e mapeamento genético, o qual ainda encontra-se em andamento.
COMENTÁRIOS
Por representar a neoplasia maligna subsequente mais comum entre os sobreviventes de câncer na infância e adolescência, afetando 5% dessa população e, podendo impactar na qualidade de vida ao longo dos anos, é importante que o mesmo seja discutido para que a vigilância seja eficaz.
O exame clínico da mama deve ser anual após 25 anos de idade ou 8 anos após final do tratamento. Sabe-se que a dose de radiação está diretamente relacionada ao aumento do risco cumulativo e que aquelas pacientes que receberam dose >40Gy apresentaram um aumento de 24 vezes no risco de câncer de mama secundário comparada as que receberam dose entre 15-25Gy.
Atualmente, as terapias realizadas nas crianças e nos adolescentes são feitas com doses mais baixas de radiação e com volume reduzido de tecido exposto, mas o risco de câncer de mama continua sendo substancial ao longo do tempo.
PALAVRAS-CHAVE
câncer de mama; radioterapia; sobreviventes do câncer.
Área
GINECOLOGIA - Mastologia
Autores
Paola Caroline Matheus Nunes de Oliveira, Roberta Nogueira Furtado Ferreira, Carlos Vinicius Pereira Leite, Daniel Rodrigues Nunes, Carla Leticia Carius Ferreira, Joyce Abreu Rocha, Lilia Alves dos Santos