61º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2023

Dados do Trabalho


TÍTULO

Importância da discussão sobre o Plano de Parto e Nascimento na assistência à gestante

OBJETIVO

Analisar a influência da discussão e definição de um Plano de Parto (PP) na percepção da Violência Obstétrica (VO), e discutir a sua importância no âmbito da assistência à gestante

MÉTODOS

Estudo observacional retrospectivo, no qual foram entrevistadas mulheres que tiveram seu parto realizado no serviço público e privado de Sergipe. Foram incluídas as parturientes maiores de 18 anos que tiveram seus partos realizados por membros da equipe das unidades e que concordaram em participar da pesquisa mediante assinatura do termo de consentimento livre esclarecido. Portanto, foram excluídas as mulheres abaixo de 18 anos atendidas em maternidades públicas ou privadas por abortamento e mulheres que tiveram o parto mais recente há mais de cinco anos. As variáveis analisadas foram a elaboração de um Plano de Parto, situações que configuram Violência Obstétrica e a percepção acerca da VO. O projeto foi submetido para o Comitê de Ética e Pesquisa através da Plataforma Brasil e aprovado sob o CAAE 47060621.8.0000.5546

RESULTADOS

Foram incluídas 337 mulheres, sendo 179 (53,12%) provenientes do serviço público e 158 (46,88%) do serviço privado. Dentre as entrevistadas, 99 (29,4%) não conheciam o que é Plano de Parto, 113 (33,5%) não fizeram um plano de parto e 125 (37,1%) realizaram seu PP. Em relação ao sofrimento de VO, 287 (85,16%) das participantes sofreram algum tipo de violência durante o trabalho de parto, das quais apenas 113 (39,37%) perceberam a violência sofrida. No grupo que não sofreu VO (n=50), apenas 2 (4%) participantes acharam que sofreram algum tipo de violência. Observou-se que, dentre as pacientes que não sabiam o que é PP, 66,67% (n=66) tiveram uma percepção incorreta da VO sofrida, enquanto das pacientes que possuíam um PP, 60,8% (n=76) tiveram uma percepção correta sobre a VO. Dentre as mulheres que conheciam o PP, mas não realizaram um, 53,98% (n=61) tiveram uma percepção incorreta acerca da VO sofrida

CONCLUSÃO

Nesse estudo, a realização do PP esteve associada à percepção correta de VO (p<0,05). Foi possível presumir que apenas conhecer o termo diminui a chance de identificação incorreta dos sinais de violência. Considerando a assistência pré-natal como um momento oportuno para a promoção de saúde da mulher, esse momento seria também ideal para discutir a formulação de um Plano de Parto e conscientizar a gestante acerca dos seus direitos durante o trabalho de parto

PALAVRAS-CHAVE

Plano de Parto; Violência Obstétrica; Assistência Pré-natal; Parto humanizado

Área

OBSTETRÍCIA - Assistência ao trabalho de parto e suas fases clínicas

Autores

Tais Manuella Meira Lima, Joana Raquel Cardoso dos Santos Santos, Julia Dória Fontes, Laura Teresa Reis dos Santos, Marcelli de Lima Silva, Renata Fontes Pereira, Thais Serafim Leite de Barros Silva, Julia Maria Gonçalves Dias