61º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2023

Dados do Trabalho


TÍTULO

CARACTERIZAÇÃO DO PRÉ-NATAL NO ESTADO DO AMAPÁ: EFEITOS DA PANDEMIA

OBJETIVO

Analisar os efeitos da pandemia no pré-natal de gestantes no estado do Amapá, comparando os anos pregressos ao advento do SARS-CoV-2 e os durante o seu apogeu, entre os anos 2017 e 2021.

MÉTODOS

Estudo descritivo de método quantitativo, baseando-se nos dados do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DataSus) entre 2017 e 2021 do Amapá. Os dados são relacionados ao número de nascidos vivos e suas variáveis, como a adequação do pré-natal, que considera o início do pré-natal no primeiro trimestre e um mínimo de 6 consultas, excluindo os casos não classificados. Para essa pesquisa não foi necessária a avaliação do Comitê de Ética em Pesquisa, pois tratam-se de informações de domínio público.

RESULTADOS

No período de 2017 a 2019, registraram-se 51.137 nascidos vivos no Amapá e, excluindo os não classificados, foram incluídos 48.262 no estudo, dentre os quais 2,48% (1.199) das gestantes não realizaram o pré-natal; 37,31% (18.009) de forma inadequado; 16,87% (8.145) de maneira intermediário; 9,50% (4.588) adequado e 33,81% (16.321) mais que adequado. Já entre 2020 e 2021, identificou-se 29.626 partos, sendo que, entre os classificados (28.366), em torno de 2,54% (722) não foi realizado; 33,09% (9.387) inadequado; 18,32% (5.197) intermediário; 10,34% (2.935) adequado e 35,69% (10.125) como mais do que adequado. Antes da pandemia, cerca de 43,31% dos pré-natais estavam classificados como igual ou maior que o adequado, enquanto que 56,66% estavam abaixo disso. Durante a pandemia, 46,03% das gestantes realizaram o pré-natal igual ou maior que adequado e 53,95% realizaram o pré-natal de forma insuficiente.

CONCLUSÃO

O pré-natal tem a sua importância indiscutível, visto que busca assegurar o desenvolvimento fetal apropriado e a minimização de riscos maternos. Por isso, o Ministério da Saúde recomenda no mínimo 6 consultas para uma vigilância satisfatória. Durante a pandemia do SARS-CoV-2, verificou-se um discreto aumento de pré-natais acima do considerado adequado quando comparado com anos anteriores ao ápice da doença. Entretanto, em ambos os casos é evidente que mais da metade é classificada como abaixo do considerado adequado, sendo um panorama que perdura no estado do Amapá e reflete uma precária rede assistencial de saúde, necessitando de uma reavaliação da forma com que a saúde do binômio materno-fetal são tratadas e abordadas no estado.

PALAVRAS-CHAVE

CUIDADO PRÉ-NATAL; ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE; PROMOÇÃO DA SAÚDE; CORONAVÍRUS

Área

OBSTETRÍCIA - Atenção Primária

Autores

Antônio Cássio Dias Alves Valadares, Sabrina Caetano Santos, Maria Eduarda Garcia De Azevedo, Victor Coelho Calandrini De Azevedo, Raphaela Kummrow Santos Velazquez