61º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2023

Dados do Trabalho


TÍTULO

Evolução da Síndrome Respiratória Aguda Grave em gestantes e puérperas entre indígenas e brancas.

OBJETIVO

Descrever e comparar a evolução dos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) por COVID no ciclo grávido puerperal entre indígenas e brancas no Brasil de 2020 a 2022.

MÉTODOS

Descrever e comparar a evolução dos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) por COVID no ciclo grávido puerperal entre indígenas e brancas no Brasil de 2020 a 2022.
Estudo ecológico, baseado em dados secundários disponível no DATASUS e no Observatório Obstétrico Brasileiro, correspondente aos anos de 2020 a 2022. Foram analisados o tempo de sintomas até a internação, número de óbitos, internações em UTI entre os casos de SRAG por COVID ou sem diagnóstico etiológico para indígenas e brancas, conforme registro nas referidas bases. O número de nascidos vivos (NV) para cada população foi utilizado como proxi do número de gestações. Foi calculado a razão de morte materna (RMM) e o coeficiente de número de internações em UTI, dividindo as variáveis pelo NV multiplicado por 100.000 no mesmo ano e para a raça considerada (indigena e branca). As comparações foram realizadas com risco relativo e intervalo de confiança a 95% e o tempo de internação pelo teste T de Student. O nível de significância foi 0,05. Trata-se de dados secundários e anônimos, dispensando aprovação do CEP.

RESULTADOS

No período estudado, ocorreram 15077 notificações de SRAG em gestantes e puérperas brancas e indígenas. Dessas, 276 foram de indígenas (1,8%). Dos 854 óbitos na população estudada, 22 foram de indígenas (2,5%). O ano com maior número de casos e de óbitos foi 2021. A RMM por SRAG foi de 27,7 para as indígenas e 32 para as brancas (RR 0,86 IC95% 0,56-1,32); principalmente pelos óbitos ocorridos em 2021. O Coeficiente de internações em UTI foi menor nas indígenas (41,55) que nas brancas (115,88) (RR0,35 IC95%0,25-0,50) . O tempo desde o início dos sintomas até a internação foi maior para as mulheres indígenas em todos os anos estudados com uma média de 6,96 dias (±12,02) comparado com média de 5,32 dias (± 13,79) para as brancas.Houve diferença significativa nesse tempo em 2020 (T 2,88; p0,002) e no total do tempo estudado (T 2,23 e p0,01).

CONCLUSÃO

correram 22 óbitos entre indígenas e 832 entre brancas (RMM por SRAG 27,7 e 32 respectivamente), diferença não significativa. O número de internações em UTI foi menor entre as indígenas. O tempo desde o início dos sintomas até a internação foi maior para indígenas, sugerindo atrasos na assistência hospitalar que podem ter determinado mortes potencialmente evitaveis

PALAVRAS-CHAVE

Morte Materna; COVID19; povos indígenas

Área

OBSTETRÍCIA - Epidemiologia das doenças gestacionais

Autores

Julia Lopes Garrafa, Amanda Dantas-Silva, José Paulo de Siqueira Guida, Fernanda Garanhani Castro Surita , Roxana Roxana Knobel