Dados do Trabalho

TÍTULO

AVALIAÇÃO DA DOR EM MULHERES SUBMETIDAS À HISTEROSCOPIA DIAGNÓSTICA EM HOSPITAL PÚBLICO DO PIAUÍ

OBJETIVO

Comparar a dor esperada pela paciente com a realmente experienciada durante a histeroscopia diagnóstica e identificar os fatores que se correlacionam com maiores e menores níveis de dor durante o procedimento.

MÉTODOS

Estudo transversal e observacional, realizado em um hospital público do Piauí, com amostra de 192 pacientes (número obtido pela fórmula de populações finitas com base na média populacional). A coleta de dados utilizou questionários e foi realizada em 3 etapas: antes da histeroscopia, com perguntas sobre características ginecológicas e o nível de dor que a paciente esperava sentir no exame; durante o procedimento, com a mensuração da dor durante as fases da histeroscopia e a técnica utilizada no exame; e após, com a avaliação da dor depois do procedimento. Foram incluídas pacientes com idade maior ou igual a 18 anos e com indicação de realizar histeroscopia diagnóstica. Excluiu-se mulheres com contraindicação ao exame, com presença de sangramento ativo, aquelas que não concordaram em participar da pesquisa e as que apresentavam dificuldades intelectuais de responder aos questionários. Os dados foram tabulados no Microsoft Excel®, transportados para o software R, versão 4.2.2. O teste de Shapiro-Wilk foi utilizado para verificar o pressuposto de normalidade e o de Bartlett para avaliar o pressuposto de homogeneidade das variâncias. A comparação entre dois grupos dependentes foi realizada pelo teste de Wilcoxon e entre dois grupos independentes pelo teste de Mann-Whitney; o meio de distensão foi a única variável que fez parte do grupo dependente, as demais fizeram parte do grupo independente. O nível de significância adotado foi de 5% (α = 0,05) e as hipóteses testadas foram todas bilaterais. As pacientes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e a pesquisa foi aprovada no Comitê de Ética em Pesquisa do hospital na qual foi realizada.

RESULTADOS

Observou-se que a dor relatada após o procedimento foi menor do que a esperada (p-valor < 0,001) e que a dor na passagem da ótica utilizando o soro fisiológico como meio de distensão foi menor do que com o uso de gás carbônico (p-valor = 0,0001). Não houve correlação estatística entre tipo de parto, analgesia antes ou durante o procedimento, alterações de canal cervical, biópsia endometrial e estado menopausal com a dor relatada pelas pacientes.

CONCLUSÃO

A dor relatada pós procedimento foi menor do que a dor esperada e a técnica vaginoscópica se correlacionou com menores níveis de dor referida pelas pacientes.

PALAVRAS-CHAVE

Histeroscopia; Medição da dor; Técnicas e procedimentos diagnósticos.