Dados do Trabalho
TÍTULO
Tabagismo e Prematuridade Espontânea
OBJETIVO
Avaliar a influência do tabagismo ativo e passivo em pacientes com parto prematuro espontâneo.
MÉTODOS
Trata-se de uma análise complementar de dados de parto pré-termo. Para isso se utilizou um banco de informações obtidas de um estudo transversal sobre a prematuridade, colhidos de 20 maternidades do Brasil, entre 2011 e 2012. Nesta análise selecionamos gestantes que tiveram parto pré-termo e correlacionamos com a variável tabagismo (ativo e passivo). Para validar e compor a análise, selecionamos um grupo de registro de pacientes que tiveram parto a termo. Variáveis sociodemográficas, de pré-natal, de parto e dados neonatais também foram consideradas para os dois grupos. A análise estatística foi através de tabelas de frequência das variáveis categóricas com valores de frequência absoluta (n) e percentual (%) e para o estudo da relação do tabagismo e as variáveis gestacionais foi utilizado o teste qui-quadrado. O nível de significância adotado para o estudo foi de 5%.
RESULTADOS
O estudo original avaliou 4.149 mulheres e seus recém-nascidos prematuros, dentre as quais, 2861 tiveram partos prematuros espontâneos (PPE) (1.490 decorrentes de trabalho de parto prematuro (TPP) e 1.191 de rotura prematura de membranas ovulares (RPMO)) e 1.468 partos prematuros terapêuticos (PPT). Como grupo controle foram selecionados 1.146 partos a termo (PT), totalizando uma amostra total de 5.295. A prevalência de tabagismo ativo foi de 13,5% e de 31,85% para tabagismo passivo e no grupo das tabagistas ativas tivemos maior incidência de pequenos para a idade gestacional (27%), quando comparado com as tabagistas passivas (17,8%) e não tabagistas (18,2%). Além disso, as tabagistas apresentaram menor ganho de peso na gestação, maiores taxas de uso de álcool e substâncias psicoativas na gestação ou antes dela e maiores taxas de anemia.
CONCLUSÃO
Encontramos uma prevalência entre o total de pacientes (parto prematuro e parto de termo) durante a gestação de 13,5% de tabagismo ativo e de 31,6% de tabagismo passivo. Encontramos ainda associação entre tabagismo ativo e recém-nascidos pequenos ao nascimento. O estudo foi importante pois chama a atenção da correlação do tabagismo com prematuridade espontânea e reforça a ocorrência de restrição de crescimento intrauterino e baixo peso ao nascer em gestantes tabagistas. O fato de o tabagismo ser o fator causal mais facilmente modificável na gestação ressalta a importância da implementação de medidas preventivas visando a redução do tabagismo em mulheres em idade fértil.
PALAVRAS-CHAVE
trabalho de parto prematuro; tabagismo; tabagismo passivo; cuidado pré-natal; retardo do crescimento fetal, feto pequeno para idade gestacional
Área
OBSTETRÍCIA - Gestação de alto risco
Autores
Fernanda Schwartz Cavichiolli, Anderson Borovac-Pinheiro, Giuliane Jesus Lajos, Renato Passini Junior