61º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2023

Dados do Trabalho


TÍTULO

Panorama dos internamentos para correção cirúrgica de prolapso genital feminino no Brasil

OBJETIVO

Descrever o cenário epidemiológico dos internamentos para correção cirúrgica de prolapso genital feminino, no Brasil, no período de 2018 a 2022.

MÉTODOS

Estudo ecológico, baseado em dados de internamentos para correção cirúrgica de prolapso genital feminino, obtidos no Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH), na plataforma do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), de 2018 a 2022, no Brasil. Foram avaliadas variáveis do internamento - número de internamentos, região, estado, média de permanência hospitalar, taxa de mortalidade - e relacionadas ao perfil das mulheres internadas - raça e faixa etária. A análise foi realizada através do software Microsoft Office Excel 2019.

RESULTADOS

No período do estudo, foram 149.466 de internamentos para correção cirúrgica de prolapso genital feminino, no Brasil. As regiões Nordeste e Sudeste foram responsáveis por 39,9% e 30,9% dos internamentos, respectivamente. Dentre as unidades federativas, com os maiores números de hospitalizações, destacam-se São Paulo (16,2%), Bahia (12,2%), Minas Gerais (8,8%) e Maranhão (8,5%). Em números absolutos desses internamentos, mudanças significativas ocorreram ao longo dos últimos anos, como visto em 2018 (37.272), 2019 (37.585), 2020 (18.112), 2021 (18.357) e 2022 (38.140). Sobre o perfil das mulheres, 58,8% eram pardas/pretas, 15,9% tinham entre 20 e 39 anos e 83,9% tinham 40 anos ou mais. No país, a média de permanência na unidade hospitalar e a taxa de mortalidade foram, nessa ordem, 2,1 dias e 0,04 (por 100.000 habitantes). Entre 2018 e 2022, os custos com as hospitalizações para correção cirúrgica de prolapso genital feminino totalizaram R$ 85.994.590,39, com um valor médio por internamento de R$ 575,35.

CONCLUSÃO

O prolapso genital configura um relevante fator de morbimortalidade no Brasil. Destaca-se uma expressiva redução nas internações para correção cirúrgica nos anos de 2020 e 2021, o que sugere impacto da pandemia nas cirurgias eletivas, com possível agravamento do quadro, além de perceptível acúmulo de demanda do sistema de saúde para realização dessas cirurgias no primeiro ano pós-pandemia. Ressalta-se a necessidade de investimento em intervenção não cirúrgica precoce, com ações preventivas, diante do impacto desta morbidade na saúde mental, sexual, vida social e atividade laboral da população feminina acometida, bem como nos custos para o sistema de saúde.

PALAVRAS-CHAVE

Prolapso de Órgão Pélvico; Internação Hospitalar; Procedimentos Cirúrgicos Eletivos; Epidemiologia; Sistema Único de Saúde.

Área

GINECOLOGIA - Uroginecologia

Autores

Vinicius Nascimento dos Santos, Carla Santos Almeida, Ana Gabriela Alvares Travassos