61º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2023

Dados do Trabalho


TÍTULO

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS ÓBITOS POR ECLÂMPSIA NO BRASIL

OBJETIVO

Analisar e traçar o perfil de óbitos decorrentes de eclâmpsia nos anos de 2017 a 2021 no Brasil, onde a maior causa de mortalidade materna são os distúrbios hipertensivos.

MÉTODOS

Efetuou-se um estudo retrospectivo e descritivo por meio do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS) e da plataforma TabNet. Foi escolhida a seção Mortalidade e, em seguida, a opção Óbitos de mulheres em idade fértil e óbitos maternos. O conteúdo selecionado foi Óbitos maternos. Optou-se pela Categoria CID-10 O15 (Eclâmpsia), no período de 2017 a 2021. As variáveis socioeconômicas analisadas foram região do país, faixa etária, cor/raça, grau de escolaridade e estado civil. Em relação às circunstâncias do óbito, foram avaliados local de ocorrência e situação da investigação do óbito.

RESULTADOS

O total de óbitos registrados por eclâmpsia no Brasil no período de 2017 a 2021 foi de 751. O ano com maior número absoluto foi o de 2019 (160). O último ano (2021: 135) teve uma redução de 12,9% comparado ao ano inicial (2017: 155). A maioria dos casos ocorreu na região Nordeste, 304, e Sudeste,195 (40,47% e 25,96%, respectivamente), sendo a região Sul a com menor número de casos (40 - 5,32%). A faixa etária com maior destaque foi a de 30 a 39 anos (306 - 40,74%), seguida pela de 20 a 29 anos (261 - 34,75%). Em relação à cor/raça, a parda teve maior expressividade nos registros (423 - 56,32%), com a branca (176 - 23,43%) e a preta (106 - 14,11%) em seguida. A escolaridade da maioria das pacientes era de 8 a 11 anos (307 - 40,87%), com a minoria (18 - 2,39%) sem nenhuma escolaridade. No que tange ao estado civil, majoritariamente eram solteiras (326 - 43,40%) ou casadas (215 - 28,62%). A quase totalidade do local dos óbitos foi hospitalar (686 - 91,34%), seguido por ocorrência em outro estabelecimento de saúde (20 - 2,66%) e em domicílio (17 - 2,26%). A maior parte dos óbitos foi investigado, com ficha síntese informada (679 - 90,41%).

CONCLUSÃO

O estudo reitera a expressiva significância da eclâmpsia como causa de morte materna no Brasil, com destaque para as regiões Nordeste e Sudeste e acometimento prevalente de pacientes com escolaridade incompleta e de cor/raça parda. Apesar da diminuição discreta da quantidade de óbitos no período analisado, é imprescindível o aprimoramento do rastreio diagnóstico das gestantes com fatores de risco para pré-eclâmpsia e do seu tratamento, e o maior treinamento da equipe de saúde, principalmente, em ambiente hospitalar para o manejo de pacientes com eclâmpsia.

PALAVRAS-CHAVE

Eclampsia; Morte materna; Pré-Eclâmpsia;

Área

OBSTETRÍCIA - Epidemiologia das doenças gestacionais

Autores

Yasmin da Silveira Cavalcante, Gabriela Ecy Ribeiro Gonçalves Costa Cordeiro, Guarany Montalverne de Arruda