61º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2023

Dados do Trabalho


TÍTULO

Associação entre efeitos da infecção e pandemia por COVID-19 e amenorreia: uma revisão sistematizada

OBJETIVO

Buscar na literatura evidências sobre a relação entre os distúrbios menstruais, sobretudo a amenorreia, e a infecção pelo SARS-CoV-2 e as medidas adotadas durante a pandemia.

FONTE DE DADOS

Foi realizada uma revisão sistematizada da literatura, em junho de 2023, com busca nas bases de dados Pubmed, BVS e o protocolo da FEBRASGO das produções dos últimos 2 anos.

SELEÇÃO DE ESTUDOS

Com base no objetivo do estudo, foi realizada uma pesquisa aos Descritores em Ciências de Saúde (DeCS) a fim de selecionar os descritores “COVID-19”, “Amenorreia” e “Pandemias”, os quais foram cruzados nas bases de dados a partir do operador booleano “AND”, resultando em um total de 29 artigos.

COLETA E ANÁLISE DE DADOS

Foi realizado um corte temporal, incluindo 7 artigos publicados entre 2021-2022, no idioma inglês e que incluíam o tema diretamente no título. Foram excluídos estudos incompletos, não disponíveis na íntegra online e não relacionados ao tema.

SÍNTESE DE DADOS

Constatou-se uma relação entre a infecção pelo COVID-19 e a amenorreia secundária. Sabe-se que períodos de sofrimento psicológico, como exemplo a pandemia, podem afetar o ciclo menstrual da mulher, na medida em que eventos estressores podem alterar o eixo hipotálamo-hipófise-gonadal e, consequentemente, afetar a cascata neuromodulatória que impulsiona a regulação do hormônio liberador de gonadotrofina, podendo levar à amenorréia hipotalâmica funcional. Atrelado a isso, medidas de bloqueio adotadas durante a pandemia, como o lockdown, gerou mudanças nos hábitos alimentares da população. Nesse contexto, há relatos na literatura de amenorreia secundária devido à anemia ferropriva decorrente da baixa ingestão de carnes vermelhas gerada pelo lockdown. Por outro lado, vale salientar que a infecção pelo SARS-CoV-2 pode alterar significativamente os circuitos hipotalâmicos e, consequentemente, afetar os eixos endócrinos. Esse fato pode ser explicado principalmente pelos casos em que receptores da enzima de angiotensina 2 – responsáveis pela entrada do vírus nas células – foram encontrados no hipotálamo.

CONCLUSÃO

Esse estudo mostra uma grande relação entre distúrbios menstruais nas mulheres e a infecção por SARS-CoV-2, além da relação das medidas adotadas na pandemia COVID-19 e as alterações menstruais. No entanto, mais casos e estudos são necessários para validar a amenorreia como complicação da infecção pelo novo coronavírus.

PALAVRAS-CHAVE

COVID-19; amenorreia; distúrbios menstruais; pandemias

Área

GINECOLOGIA - Endocrinologia Ginecológica

Autores

Juliana Freire Caetano de Figueiredo, Marília Medeiros de Matos, Giorgi Bella Varga Nobre Bezerra