61º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2023

Dados do Trabalho


TÍTULO

Perfil epidemiológico da mortalidade materna no nordeste brasileiro: Estudo de Série Temporal entre 2000 e 2021

OBJETIVO

Analisar o perfil epidemiológico das mortes maternas na região do nordeste.

MÉTODOS

Trata-se de um estudo descritivo, com abordagem transversal e quantitativa, no qual foi utilizado como fonte de dados o Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), através da base de dados do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), não necessitando dessa forma da aprovação do comitê de ética. A pesquisa foi realizada com o corte temporal de 2000 a 2021, sendo o nordeste brasileiro o local a ser estudado. Foram analisadas as variáveis ano do óbito, estado de acontecimento, raça/cor, faixa etária, causa e momento do óbito.

RESULTADOS

Os resultados demonstraram um total cumulativo de 12.905 óbitos no período estudado. O ano que registrou a menor taxa de óbito foi em 2019 com 3,7% (n=478) dos casos e o ano com a maior taxa foi em 2021 com 6,4% (n= 838).Em relação aos estados da região analisada, os que registraram as maiores taxas de óbito materno foram o estado da Bahia com 25,8% (n=3.331), seguido do Maranhão com 17,8% (n=2.307) e do Pernambuco com 14,0 % (n=1819) dos óbitos. Por outro lado, o estado nordestino com a menor taxa foi Sergipe com 503 óbitos, representando 3,89 % do número total. Quanto à cor/raça da gestante, constata-se que 62,0% são mulheres da raça parda, o equivalente a 8.010 óbitos, seguida da raça branca com 17,0% (n=2.202) e da preta com 10,1% (n=1.309). No que se refere ao grupo etário, a maior incidência foi de 20 a 29 anos representando 40,4% (n=5.225) das mortes. Em segundo lugar, com 35,5% (n= 4.586) dos casos encontra-se a faixa etária de 30 a 39 anos. E na terceira posição entre as mais incidentes, encontra-se o grupo etário de 15 a 19 anos com 1.804 óbitos, o que corresponde a 13,9% do total. Ainda sobre a faixa etária, salienta-se que o grupo etário que retratou a menor taxa de óbito foi o de mulheres de 50 a 59 anos, registrando apenas 29 (0,22%) casos durante esse período de tempo. No que tange ao momento do óbito um percentual de 40,3% (n= 5.203) das mulheres morreram durante o puerpério até 42 dias e 28,2% (n=3.641) durante a gravidez, parto ou aborto. As principais causas de morte materna evidenciadas foram eclâmpsia 12,2% , hipertensão gestacional 8,2% e hemorragia pós parto 5,5%.

CONCLUSÃO

Foi evidenciado o perfil epidemiológico dos óbitos maternos no nordeste, sendo composto majoritariamente por mulheres pardas, jovens, cuja morte ocorreu no período puerperal em decorrência de causas evitáveis com uma melhor assistência à saúde.

PALAVRAS-CHAVE

Mortalidade Materna; Epidemiologia; Saúde da Mulher; Gravidez

Área

OBSTETRÍCIA - Epidemiologia das doenças gestacionais

Autores

Marianna Rodrigues Marques Dourado, Myrthis Barros Ribeiro, Alessandra Vitória de Menezes Nunes, Luane Mascarenhas Magalhães, Rebecca Schuster Dorea Leite